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Pressão, choro e motivação: ‘Rainha da Violência’ conta como superou derrota no UFC

Ex-campeã do KSW (maior organização de MMA da Polônia), Ariane Lipski chegou ao UFC com grande expectativa por parte da imprensa e dos fãs de artes marciais mistas. No entanto, em seu duelo de estreia no Ultimate, em janeiro deste ano, a ‘Rainha da Violência’ — como a curitibana é conhecida — foi surpreendida por Joanne Calderwood e relembrou o gosto amargo da derrota, algo que ela não sentia desde 2015. Apesar do tropeço inicial, a peso-mosca (57 kg) terá a oportunidade de se redimir no próximo sábado (22), quando enfrentará Molly McCann no evento agendado para Greenville (EUA).

Apesar de a estreia no UFC não ter sido do jeito que gostaria, Ariane não desanimou. Mesmo chateada com a derrota para Calderwood por decisão unânime, a brasileira não esperou muito tempo para dar início à nova preparação. Deste modo, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Lipski revelou que o camp de treinamento para o confronto contra McCann já começou em janeiro, ainda que na ocasião ela não soubesse contra quem ou nem mesmo quando retornaria ao octógono.

“Foi difícil, chorei por uma semana, todos os dias. Depois passei a chorar uma vez por semana e depois só quando eu via a luta (risos). Mas eu superei. Chorei porque eu estava querendo muito aquela vitória, a gente treinou para buscar a vitória e eu busquei do começo ao fim, mas eu saí de cabeça tranquila, porque sei que eu dei o meu máximo lá dentro e as pessoas ao meu redor — meu treinador, meus parceiros de treino —, que são as que mais importam, estavam satisfeitas com o meu trabalho. Então, isso me deixou tranquila”, explicou, antes de ressaltar que teve problemas com lesões durante a preparação e, por isso, não rendeu o máximo que podia.

“Eu vi a derrota como motivação, eu não estava 100% e mesmo assim consegui fazer uma ótima luta. Na segunda-feira logo depois da luta, a gente já estava no Instituto de Performance do UFC buscando melhorar ainda mais o treinamento com o suporte que eles dão aos atletas lá. Voltamos ao Brasil com o direcionamento que eles deram, que mostrou que o nosso trabalho já era bom, mas eles deram alguns detalhes para a gente melhorar. Então, o meu camp começou logo depois da luta e tem sido ótimo”, completou.

Ariane conquistou o cinturão dos moscas do KSW em 2017, posto que defendeu com sucesso em duas oportunidades antes de estrear no UFC no início deste ano. Apesar de a liga polonesa ser uma das maiores da Europa, não há como compará-la ao Ultimate, que é a mais renomada organização de MMA do planeta. Deste modo, a brasileira sentiu a pressão de fazer parte da companhia dirigida por Dana White.

“No KSW eu já estava sentindo uma pressão e, quando fui para o UFC, pensei que fosse entrar em um patamar mais embaixo, que eles não iriam me dar tanta atenção, mas foi diferente. Me colocaram como possível desafiante ao cinturão, já tinham fãs me esperando por autógrafo… Pensei que não estivesse nervosa, mas eu estava. Porém, no momento da luta, eu consegui ficar tranquila e escutar o meu treinador em todos os momentos. (…) Eu estava 100% focada e fiz o que eu tinha que fazer”, destacou.

Passado o nervosismo da estreia, Lipski agora projeta mostrar que merece a vaga no UFC tendo uma boa atuação contra McCann. Após a derrota para Calderwood, a brasileira identificou que deveria melhorar o seu jogo de chão, já que esteve próxima de ser finalizada por ‘Jojo’ durante seu duelo de estreia. Assim, Ariane agora projeta mostrar um jogo completo no octógono, para alcançar a 12ª vitória como atleta profissional de MMA.

“A gente falou: ‘Agora é focar no jiu-jitsu’. Voltei para o Brasil, fiz a parte de jiu-jitsu na ‘Equipe 1/Checkmat’, eles têm campeões mundiais, muitas meninas e muitos meninos leves também, então meu jiu-jitsu está bom. E quando vim para cá, a gente deu continuidade aos treinos de jiu-jitsu, mas foquei no wrestling, porque eles têm um ótimo wrestling por aqui, bons atletas para fazer sparring comigo. Então eu sei que vai ser difícil as minhas próximas adversárias me levarem para o chão, porque eu irei conseguir decidir o que eu quero: manter a luta em pé ou no chão. E se me levar para o chão eu estarei com o jiu-jitsu em dia. (…) A gente pretende manter a luta em pé. Eu vou buscar o nocaute, mas sem afobação”, concluiu.

Aos 25 anos, Ariane possui, até o momento, 11 vitórias e quatro derrotas em seu cartel profissional como lutadora de MMA. Já McCann, quatro anos mais velha, soma oito triunfos e apenas duas derrotas em seu retrospecto nas artes marciais mistas.

Confira o card completo do UFC Greenville:

Card principal
Pena (66 kg) | Renato ‘Moicano’ vs. Chan Sung Jung
Galo (61 kg) | John Lineker vs. Rob Font
Meio-médio (77 kg) | Bryan Barberena vs. Randy Brown
Mosca feminino (57 kg) | Andrea Lee vs. Montana De La Rosa
Médio (84 kg) | Kevin Holland vs. Alessio Di Chirico
Palha feminino (52 kg) | Ashley Yoder vs. Syuri Kondo

Card preliminar
Pena (66 kg) | Dan Ige vs. Kevin Aguilar
Leve (70 kg) | Matt Wiman vs. Luis Peña
Pesado | Allen Crowder vs. Jairzinho Rozenstruik
Mosca (57 kg) | Ariane Lipski vs. Molly McCann
Médio (84 kg) | Deron Winn vs. Eric Spicely
Galo (61 kg) | Andre Ewell vs. Anderson ‘Berinja’

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