A brasileira Luciana Andrade é uma das principais ring girls do UFC – Scott Garfitt
O UFC 243, evento a ser realizado no dia 5 de outubro, em Melbourne (AUS), pode ter uma mudança histórica e bastante notável por parte do público: a ausência de ring girls – as mulheres que circulam o octógono anunciando qual round vai ser iniciado. Tradição dos esportes de luta, a presença das modelos está sendo questionada pela prefeita da cidade australiana, Sally Capp, que considera a prática datada.
A exibição das placas por modelos vestindo pouca roupa é alvo de protestos de grupos feministas há alguns anos, e não só no MMA. Na Fórmula 1, o GP da Austrália do ano passado iniciou uma movimentação oficial da própria Liberty Media, empresa dona da categoria, pelo banimento das grid girls em algumas corridas. A prefeita de Melbourne acredita que sua cidade pode mudar outro costume esportivo.
“É 2019. Nós realmente precisamos de mulheres seminuas caminhando no ringue entre os rounds? As grid girls não fazem mais parte da F1, as walk-on girls não fazem mais parte do dardo profissional. Com certeza, é hora de seguir em frente”, declarou Sally Capp ao jornal ‘The Herald Sun’.
A política parece não estar sozinha na empreitada. Por meio de um porta-voz, o primeiro-ministro do estado de Victoria, cuja capital é Melbourne, deu apoio à cobrança de Capp. “O GP fez a coisa certa em encerrar o uso de grid girls, e encorajamos outros eventos a tomar medidas similares”, afirmou.
Em agosto, o estado de Victoria já conseguiu barrar a presença de ring girls. Foi no evento de boxe que teve como luta principal Jeff Horn, ex-campeão mundial, contra Michael Zerafa. O combate aconteceu na cidade de Bendigo e, após protestos de grupos feministas, contou com homens vestidos de roupa social exibindo as placas de rounds.