Com 35 lutas na carreira, Michel Pereira já pode ser considerado um lutador experiente, apesar da pouca idade (26). Porém, no dia 15 de fevereiro o brasileiro vai encarar Diego Sanchez, um dos integrantes da ‘velha guarda’ do UFC, na edição de Rio Rancho (EUA). A caminho da sua terceira apresentação na franquia, o atleta tupiniquim vê nesta luta uma chance de ganhar mais visibilidade e subir degraus no ranking dos meio-médios (77 kg).
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o ‘Paraense Voador’, como também é conhecido, planeja fazer uso do ‘hype’ de Sanchez, que ficou famoso no Ultimate por sagrar-se campeão da primeira edição do ‘The Ultimate Fighter’. Além disso, o americano é conhecido por travar verdadeiras guerras dentro do octógono. Por isso, o brasileiro destacou a importância deste duelo e já deixou claro que os fãs podem esperar um espetáculo.
“Os fãs gostam dele, então acho que ganhando essa luta vou cortar um bom caminho para chegar mais perto do ranking da categoria. Vai ser uma luta boa. Sem dúvida a mais importante da minha carreira, pelo nome e histórico que ele tem, ainda por acontecer no UFC. Tenho um grande respeito por ele, mas lá dentro vou tentar dar meu melhor e vencer”, disse o brasileiro, emendando como pretende terminar esta peleja.
“É um cara que tem um nome, é das antigas e fez grandes coisas para o MMA. Tem seu mérito, vende muito. Creio que o UFC quer isso, porque colocou a gente que vende bem. Vamos fazer jus a isso e dar um espetáculo para os fãs. Mas não vejo o jogo dele batendo com o meu. Ele tem que tomar cuidado, porque vai correr mais risco do que eu pela forma de lutas e pode ser nocauteado. Vou estar mais forte que ele, a idade me favorece. Se não tomar cuidado, vai ser nocauteado. Acho que vou nocautear. Vamos dar um show”, completou.
Em setembro deste ano, Michel conheceu sua primeira derrota no Ultimate, quando foi superado por Tristan Connelly, por decisão dos jurados. Para este compromisso, o brasileiro teve problemas na pesagem e ficou uma libra (454g) acima do limite permitido da divisão. Com a lição aprendida, o meio-médio garantiu que está seguindo à risca o planejamento de perda de peso e não terá dificuldades para ficar na medida correta.
“A minha categoria é até 77 kg. Ainda sou um cara novo, meu organismo responde bem. Acho que quando você erra alguma coisa, vira uma bola de neve. Então estou trabalhando em cima desses erros para consertá-los e chegar 100%. Muitos pensam que cansei na minha última luta, perdi o gás pelo meu jeito de lutar. Mas esse é meu estilo, faço tranquilo isso por três rounds. Tirei o peso sozinho, só fui ter ajuda na quinta-feira. Nesta situação, na minha primeira luta, eu já estava no peso. Foi tudo errado, mas aprendi demais e cresci com isso”, contou.
Se na questão de corte de peso o ‘Paraense Voador’ deixou claro que terá mudanças, no seu estilo de lutar, nem pensar. Com uma técnica apurada e abusando de movimentos mais plásticos para surpreender seus rivais, o brasileiro afirmou que o público vai continuar a observá-lo aplicando golpes acrobáticos contra Sanchez.
“Com certeza isso nunca vai mudar. Venho desde novo fazendo isso. Numa luta tudo pode acontecer. Foi a mesma coisa com o Anderson (Silva). Ficou anos fazendo a mesma coisa, mas chegou um ponto e pegou o nocaute. O segredo do sucesso é o risco. Estou bem treinado, ligado com quem vou lutar e meu estilo não muda. Eu gosto de lutar para dar show. A pior parte é agora, perder peso. Para mim a hora da luta é o melhor momento”, completou.
No MMA profissional desde 2011, Michel Pereira tem 23 vitórias, 10 derrotas e dois ‘No Contest’ (luta sem resultado na carreira). No UFC desde maio deste ano, o atleta tem um triunfo sobre Danny Roberts, quando venceu por nocaute logo no primeiro round, e revés para Tristan Connelly, por decisão dos árbitros.