Desde que estreou no Ultimate, em 2013, Ronaldo ‘Jacaré’ nunca tinha ficado um ano sem vencer na franquia – cenário que aconteceu em 2019. Mas o lutador já tratou de deixar essa situação no passado e afirmou que só tem um pensamento para 2020: vencer a qualquer custo. No dia 18 de abril, o brasileiro enfrenta Uriah Hall, em seu retorno ao peso-médio (84 kg), no UFC 249, que será realizado no Brooklin (EUA).
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Jacaré’ destacou as qualidades do seu adversário, principalmente pelo bom momento que ele atravessa, acumulando duas vitórias seguidas. Essa disputa também vai marcar um duelo de estilos, já que Hall é especialista na luta em pé, enquanto o brasileiro é craque na arte suave. Dessa maneira, o capixaba prevê que dentro do octógono os dois vão buscar impor seu carro-chefe.
“Acho que vai ser uma luta bem difícil, talvez uma das mais da minha carreira. Venho de resultados nada positivos, então preciso muito vencer. Além dele ser um oponente duro, tenho muito respeito por ele, até o sigo nas redes sociais. Tudo indica que ele vai usar o estilo dele, se impor, mas só lá na hora vamos ver o que acontece. Estou treinando para tudo e espero que consiga colocar meu jogo em prática para vencer”, explicou.
No fim do ano passado, Ronaldo decidiu migrar para a categoria dos meio-pesados (93 kg). Uma de suas explicações na época foi a de que poderia render melhor, por não se desgastar tanto com o corte de peso. Entretanto, ele acabou derrotado pelo polonês Jan Blachowicz, no UFC São Paulo, em novembro, por decisão dividida dos jurados. Apesar do revés, o atleta revelou que não se arrependeu e tampouco descartou um retorno no futuro próximo.
“Meu médico tinha falado para eu ir para a categoria de cima, que seria bom para mim. Mas me deram um adversário bem duro, ranqueado e achei que seria interessante. Todo mundo achava que ele ia me matar, mas não foi bem isso. Eu quero trabalhar o máximo possível, fazer boas lutas, mas agora focar no peso-médio. É vencer e vencer”, contou.
‘Jacaré’ em ação no UFC São Paulo contra Blachowicz – Leandro Bernardes/PxImages
Atualmente morando em Orlando (EUA), ‘Jacaré’ conta com uma equipe para lhe ajudar na preparação para suas lutas. No seu último compromisso, contou com Dedé Pederneiras, líder da Nova União, em seu córner, além de Josuel Distak, seu técnico de longa data. No que depender de sua vontade, o treinador também vai acompanhá-lo no duelo contra Hall.
“É muito bom ter a ajuda do Dedé. Só dele estar ao lado me ajudou bastante. É um cara que entende muito de luta, é tranquilo e tem uma experiência como lutador e técnico. Já foi eleito um dos melhores técnicos do mundo, então tomara que ele fique comigo sim”, adiantou.
De 2013 a 2015, ‘Jacaré’ viveu seu melhor momento no Ultimate, engatando uma sequência de cinco vitórias. Naquela época, o brasileiro pleiteava uma luta pelo cinturão, que acabou nunca acontecendo. Já atualmente, a divisão vai ter Yoel Romero lutando pelo título vindo de duas derrotas seguidas. Porém, o faixa-preta de jiu-jitsu preferiu não polemizar nesta questão, mas tem consciência que o UFC vê suas lutas como um negócio para vender.
“Não vou julgar meu empregador. Tenho que fazer meu trabalho. Mas é como uma promoção de eventos e eu tenho que focar na minha luta. Não fico chateado com isso, espero que façam uma boa luta e vendam muitos pay per views. Eles estão nisso há muito tempo, é o maior evento do mundo. Isso prova que sabem o que estão fazendo. Então é isso”, finalizou.