Em agosto deste ano, Gilbert ‘Durinho’ anunciou que subiria da categoria dos leves (70 kg) para os meio-médios (77 kg), ao aceitar um duelo de última hora para encarar e vencer Alexey Kunchenko, no UFC Uruguai. Desde então, o brasileiro já acumulou mais um triunfo, dessa vez sobre Gunnar Nelson, na Dinamarca, no último sábado (28). Com duas grandes apresentações na nova divisão, o atleta tem consciência que agora vive sua melhor fase da carreira.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o peso-meio-médio afirmou que essa mudança de categoria foi essencial para a evolução no seu jogo, principalmente por poder focar mais na questão estratégica. Com 33 anos e no Ultimate desde 2014, o atleta tupiniquim destacou que parte do grande momento em que está na franquia atualmente também deve-se ao aprendizado de anos treinando ao lado do ex-campeão do UFC, Vitor Belfort.
“Essa subida de categoria me deixou mais tranquilo, consciente lutando, bem durante o treino, durante a semana. Não preciso me estressar com isso (perda de peso) e me deixou melhor para prestar atenção nos detalhes da luta. Agora é meu melhor momento (da carreira no MMA), mas o melhor mesmo está para chegar”, disse o lutador, complementando sobre a importância do lado estudioso para seu sucesso.
“Estou ficando mais experiente. Aprendi muito na época do Vitor (Belfort) e venho aprendendo com minhas vitórias, derrotas. Estou estudando mais. Estou virando um nerd do MMA. De sábado até hoje, já vi minha luta umas 20 vezes. Coisas que fiz errado e não posso fazer mais. Muita gente fala que aprende na derrota, mas por que tenho que aprender só na derrota? O erro está sempre ali, mas quando a gente ganha, tem a euforia, a animação e não se presta atenção no erro. Agora estou analisando mais, tampando os buracos. Não estou precisando perder para evoluir”.
Com duas vitórias seguidas nos meio-médios, ‘Durinho’ já mira voos mais altos dentro da categoria. Acostumado a ter pouco tempo de preparação para seus recentes combates, o lutador já pensa em voltar às competições antes do fim do ano e já escolheu seu adversário. Trata-se de Neil Magny, que recentemente recebeu uma suspensão pela USADA (agência antidoping americana), mas que conseguiu provar sua inocência e está livre para voltar a lutar.
“O Magny já está pronto para lutar. É um bom jogo para mim, um cara conhecido. Gosto do que ele apresenta e me colocaria lá em cima. Acho que é uma luta que faz sentido, porque ele está parado, eu sou um cara novo na categoria, fazendo boas atuações. É um nome que me interessa bastante”, afirmou.
Treino é treino e jogo é jogo. Essa é uma frase conhecida no meio do futebol, para diferenciar casos em ambas situações. Para ‘Durinho’, este ditado também pode ser implementado no MMA, principalmente no seu caso. Em dois meses, sem um tempo longo de treinamento, o atleta atuou em dois eventos e conseguiu vitórias. Para ele, o fator “ritmo de luta” faz uma diferença contra atletas que se preparam por meses para um duelo.
“Tempo de treino muita gente tem, mas tempo no octagon é diferente. Tem aquele nervosismo esperando a luta, estar no card principal, lutar três rounds. Isso faz muita diferença. A evolução é maior. Pretendo continuar com isso. Graças a Deus estou sem lesão e semana que vem estou pronto para treinar de novo”, finalizou.
No MMA desde 2012, Gilbert ‘Durinho’ acumula 17 vitórias e apenas três derrotas em seu cartel. No UFC, o lutador está desde 2014, com o recorde de 10 triunfos e três reveses. O brasileiro está invicto há quatro combates.