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Natassia del Fischer/PxImages

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Namajunas declara ‘guerra fria’ contra campeã do UFC: “Melhor morto do que vermelho”

Rose Namajunas colocou uma nova dose de polêmica antes do combate contra Zhang Weili, marcado para o dia 24 de abril e que vale o cinturão dos pesos-palhas (52 kg) no UFC 261, card que será realizado na Flórida (EUA). Embora a atleta chinesa tenha adotado um brando e destacado sua admiração pela adversária, a desafiante ao título relembrou de um fator histórico para decretar uma espécia de ‘guerra fria’ entre elas.

Em entrevista à Rádio e Televisão Nacional da Lituânia, Rose, ex-campeã da categoria, surpreendeu. Acostumada a adotar declarações protocolares antes de seus combates e fugir de possíveis polêmicas, a americana, desta vez, fez questão de revelar um sentimento que promete alimentar para seu duelo diante de Zhang.

“A animosidade pode ser um fator muito motivacional em momentos curtos. Indo para a luta, talvez houvesse certas rivalidades, mas eu sempre me mantive no controle. Eu nunca odiei a pessoa de verdade – e não odeio Weili nem nada parecido. Não há nada, mas sinto que tenho muito pelo que lutar nesta luta e o que ela representa”, detalhou, justificando seu pensamento a seguir – tudo, na verdade, girou em torno do campo político.

Os pais de Namajunas são imigrantes lituanos que se mudaram para os Estados Unidos depois de viverem por anos sob o regime comunista na extinta União Soviética. Po isso, a lutadora afirmou que vai usar a história de suas origens familiares como motiviação para enfrentar a figura representada por Zhang, atleta chinesa que, na visão da americana, carrega por onde passa a herança comunista do país asiático.

“Estava apenas me lembrando da minha formação, de onde venho, minha família. Queria educar meu parceiro de treinamento sobre a luta da Lituânia sobre a história de tudo isso, então assistimos (documentário) ‘The Other Dream Team’ apenas para ter uma ideia geral do que nós lutamos. Depois de assistir isso, foi apenas um grande lembrete de que, sim, é melhor morto do que vermelho, sabe? E não acho que seja coincidência o fato de Weili ser vermelho. É isso que ela representa”, declarou, fazendo alusão à bandeira vermelha da China com a cor historicamente usada por países comunistas.

Esta frase “melhor morto do que vermelho” foi um slogan usado pelos Estados Unidos durante o período da Guerra Fria nos anos 50, quando o país liderou uma batalha global contra os ideais propostos pela União Soviética, dividindo o mundo entre blocos capitalistas e socialistas. Embora Zhang nunca tenha se aprofundado em temas políticos e nem defendido nenhum regime comunista, Namajunas parece disposta a usar o tema como motivação.

“Não é nada pessoal contra ela, mas esse é um grande fator de motivação para eu lutar, e lutar pela liberdade. Eu tenho a consciência de Cristo, tenho sangue lituano e tenho o sonho americano. Todas essas coisas que estou levando comigo para a luta”, explicou.

Depois de perder o cinturão dos palhas em maio de 2019, Rose Namajunas se recuperou na organização. Em julho de 2020, a americana se vingou de Jéssica ‘Bate-Estaca’ Andrade ao vencer o duelo na decisão dividida dos juízes, na ‘Ilha da Luta’. ‘Thug’ se tornou campeã da categoria, em 2017, quando nocauteou Joanna Jedrzejczyk no primeiro round. Na sequência, Namajunas defendeu o cinturão na revanche contra a polonesa em um confronto de alto nível.

Já Zhang chegou ao lugar mais alto da categoria em agosto de 2019. A chinesa nocauteou a brasileira Jéssica, até então campeã, e ficou com o cinturão. Em sua última apresentação, em março de 2020, Zhang superou Joanna Jedrzejczyk e defendeu o cinturão da categoria pela primeira vez, em um duelo eletrizante que rendeu elogios de toda a comunidade do MMA.

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