Cezar ‘Mutante’ acumula 14 lutas no octógono do UFC desde 2012 – Diego Ribas
No UFC desde 2012, Cezar ‘Mutante’ já pode ser chamado de veterano. Revelação da primeira edição do reality show ‘The Ultimate Fighter Brasil’, o mineiro já fez 14 lutas no octógono e enfrentou lutadores que hoje estão no topo de suas divisões, como Thiago ‘Marreta’, Anthony Smith e Jack Hermansson. Mas o acúmulo de batalhas também deixa suas marcas: o peso-médio (84 kg) teve muitas lesões nos últimos anos e ainda passou por um forte acidente de carro que prejudicou sua preparação para seu último confronto, conforme ele mesmo relatou à Ag. Fight.
Na busca pelo retorno ao caminho das vitórias – depois de uma derrota para o então estreante Ian Heinisch no UFC Argentina, em novembro do ano passado – ‘Mutante’ contou como foi lidar com os danos gerados pelo acidente que sofreu em meados de 2018, alguns meses antes do combate.
“Eu tive um acidente de carro – eu não revelei isso – no ano passado. Um maluco a 120 km/h, dentro da cidade, bateu em cheio na traseira do meu carro, mandou todo mundo para o hospital: minha família, minhas crianças… Eu fiquei com o pescoço machucado… Tive uma lesão no pescoço, apareceram algumas hérnias, e foi uma coisa que eu tive que tratar ao longo do tempo e me atrasou muito. Inclusive, na última luta, atrapalhou muito meu treinamento”, afirmou.
Mutante ainda passou por uma cirurgia no menisco no início do ano, o que o impediu de enfrentar Tom Breese pela segunda vez – na primeira, foi o inglês que se lesionou, dando lugar exatamente a Heinisch. Apesar das dificuldades, Cezar diz que só de continuar lutando em alto nível já está na contramão da lógica.
“Tem coisas na vida da gente que não estão no nosso controle. Em apenas um ano, desde que eu entrei no UFC eu consegui fazer três lutas – que é o padrão. O resto eu tive lesões atrás de lesões. Eu estar lutando profissionalmente é uma bênção, um milagre de Deus. Deus foi muito bom comigo. Eu já tive mais de 12 cirurgias ortopédicas no meu corpo, inclusive de coluna, com oito parafusos. Então qualquer médico que vê o que eu já passei diz: ‘Esse cara realmente é um mutante, ele realmente quer estar onde está’. Eu atribuo a Deus e à minha força de vontade na minha recupração e fisioterapia”, falou.
Adversário de Marvin Vettori neste sábado (13), no UFC Sacramento, o peso-médio declarou que aprendeu com o revés diante de Heinisch. Ele explicou por que aceitou o confronto na Argentina apesar de Ian ter características tão diferentes de seu oponente original.
“Eu ia enfrentar o Tom Breese, Estava treinando para lutar contra um striker e não estava me sentindo bem nos treinos. Mas eu vinha de duas vitórias, tinha ganhado do Nate Marquardt, tinha finalizado um cara no primeiro round, estava com aquela confiança alta. E, quando mudou o oponente, pensei: ‘É um cara duro, vou pra cima. Já fiz o camp mesmo, vou lutar com ele’. Só que aí o cara veio e me surpreendeu. Não tenho que dar desculpas ou lamentar. Se eu não entrei 100% foi porque eu quis estar lá, ninguém me forçou”, finalizou.
Como profissional de artes marciais mistas, ‘Mutante’ tem 13 vitórias e sete derrotas. Striker no início da carreira, o atleta tem mesclado mais os estilos de jogo desde que voltou para os médios depois de uma rápida passagem pelos meio-médios (77 kg), em 2016, e que passou a treinar na academia MMA Masters.