Nos últimos anos, o número de atletas dos esportes de combate que aderiram à venda de conteúdos sensuais como renda complementar ou até mesmo primária de carreira cresceu consideravelmente. No entanto, há quem ainda discorde deste tipo de postura. Multicampeã de jiu-jitsu, Luiza Monteiro diverge da ‘febre do OnlyFans’ ao garantir que seus ideais vão de encontro a esta nova tendência.
Em recente entrevista ao podcast ‘Connect Cast’, a brasileira, seis vezes campeã mundial da arte suave, demonstrou respeito pelas lutadoras que se aventuraram na plataforma de conteúdo sensual. No entanto, ao menos na visão de Luiza, a popularização do OnlyFans entre lutadoras pode atrapalhar um processo longo de busca por igualdade de gênero no esporte e reforçar estereótipos.
“Eu vou ser cancelada se falar sobre isso (risos). Hoje em dia é isso, quanto mais mídia você tem, mais você vai ganhar (…) Sobre OnlyFans, respeito quem faz, cada um faz o que quer da vida. Mas quando é a galera do jiu-jitsu, as meninas do jiu-jitsu, fico um pouco triste. Porque demorou tanto tempo para a gente conquistar um respeito dentro do tatame. Na época que comecei, a gente era tão excluída, sofremos tantos abusos (…) Não é fácil conquistar isso, é uma batalha, um processo lento para conquistar a visibilidade para o jiu-jitsu feminino. Para a gente chegar nesse ponto, em que está começando a ganhar igual aos caras, tanto na parte financeira, quanto no respeito e visibilidade”, opinou Luiza, antes de falar sobre suas particularidades.
“Aí a gente pega tudo isso, todo o público que conquistou e abre Onlyfans e posta foto? P***. Tenho muito respeito pelo tatame e pelo quimono. Essas coisas de postar foto de quimono sensualizando: ‘Não, não’. Penso no meu pai, ele ficaria decepcionado. Sempre falei para ele: ‘Não é hobby, quero ser campeã mundial’. Para chegar no final da carreira e postar foto no Onlyfans sensualizando para ganhar dinheiro? Respeito quem faz, mas estou falando de mim, quero continuar com meu legado”, completou a brasileira.
No MMA também é comum acompanharmos cada vez mais atletas aderindo ao OnlyFans e faturando cifras milionárias. Recentemente, a ex-atleta do Ultimate, Kay Hansen, inclusive rebateu críticas sofridas por abrir uma conta na plataforma, ao destacar que era uma forma de se manter financeiramente estável a fim de focar somente na carreira de lutadora. Independentemente dos prós e contras, o assunto ainda divide opiniões no mundo dos esportes de combate.