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Reprodução/Instagram

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Multicampeã de jiu-jitsu diverge de ‘febre do Onlyfans’: “Tenho respeito pelo tatame”

Nos últimos anos, o número de atletas dos esportes de combate que aderiram à venda de conteúdos sensuais como renda complementar ou até mesmo primária de carreira cresceu consideravelmente. No entanto, há quem ainda discorde deste tipo de postura. Multicampeã de jiu-jitsu, Luiza Monteiro diverge da ‘febre do OnlyFans’ ao garantir que seus ideais vão de encontro a esta nova tendência.

Em recente entrevista ao podcast ‘Connect Cast’, a brasileira, seis vezes campeã mundial da arte suave, demonstrou respeito pelas lutadoras que se aventuraram na plataforma de conteúdo sensual. No entanto, ao menos na visão de Luiza, a popularização do OnlyFans entre lutadoras pode atrapalhar um processo longo de busca por igualdade de gênero no esporte e reforçar estereótipos.

“Eu vou ser cancelada se falar sobre isso (risos). Hoje em dia é isso, quanto mais mídia você tem, mais você vai ganhar (…) Sobre OnlyFans, respeito quem faz, cada um faz o que quer da vida. Mas quando é a galera do jiu-jitsu, as meninas do jiu-jitsu, fico um pouco triste. Porque demorou tanto tempo para a gente conquistar um respeito dentro do tatame. Na época que comecei, a gente era tão excluída, sofremos tantos abusos (…) Não é fácil conquistar isso, é uma batalha, um processo lento para conquistar a visibilidade para o jiu-jitsu feminino. Para a gente chegar nesse ponto, em que está começando a ganhar igual aos caras, tanto na parte financeira, quanto no respeito e visibilidade”, opinou Luiza, antes de falar sobre suas particularidades.

“Aí a gente pega tudo isso, todo o público que conquistou e abre Onlyfans e posta foto? P***. Tenho muito respeito pelo tatame e pelo quimono. Essas coisas de postar foto de quimono sensualizando: ‘Não, não’. Penso no meu pai, ele ficaria decepcionado. Sempre falei para ele: ‘Não é hobby, quero ser campeã mundial’. Para chegar no final da carreira e postar foto no Onlyfans sensualizando para ganhar dinheiro? Respeito quem faz, mas estou falando de mim, quero continuar com meu legado”, completou a brasileira.

No MMA também é comum acompanharmos cada vez mais atletas aderindo ao OnlyFans e faturando cifras milionárias. Recentemente, a ex-atleta do Ultimate, Kay Hansen, inclusive rebateu críticas sofridas por abrir uma conta na plataforma, ao destacar que era uma forma de se manter financeiramente estável a fim de focar somente na carreira de lutadora. Independentemente dos prós e contras, o assunto ainda divide opiniões no mundo dos esportes de combate.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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