Entrevistas

Mais madura, ‘Bate-Estaca’ promete surpreender em nova versão contra Rose Namajunas

Após mais de um ano, Jéssica ‘Bate-Estaca’ e Rose Namajunas vão se reencontrar dentro do octógono mais famoso do mundo. As duas, que em maio de 2019 disputaram o cinturão do peso-palha (52 kg), em edição realizada no Rio de Janeiro, agora duelam no UFC 251, na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU). Apesar deste duelo não valer título, como o primeiro, ele está carregado de importância. Afinal, quem sair vitoriosa segue no topo da divisão com o sonho de voltar a conquistar o título – tanto que a brasileira tratou de colocar este embate como um divisor de águas na carreira.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, a ex-campeã adiantou que o tempo que ficou sem lutar – Jéssica não atua desde agosto de 2019, quando perdeu o cinturão para Zhang Weili – a fez enxergar as brechas em seu jogo e crescer como atleta. Embora as duas se conheçam bem, ‘Bate-Estaca’ adiantou que tanto Rose quanto o público devem ver uma outra competidora em ação no octógono.

“Acredito no meu potencial. A galera vai ver uma Jéssica que apanha menos e bate muito mais. Vou mostrar isso. Todo esse tempo que fiquei sem luta pude amadurecer mais, meu psicológico está muito bom. Vou entrar lá e fazer tudo que treinei nesses meses todos. Criei maturidade, estou mais focada e acredito que vou surpreender não só a Rose, mas como todo mundo. Agora não será mais aquela Jéssica que toma porrada para ganhar motivação para lutar (risos). Agora vai ser como se eu tivesse escutando uma música, aquela do Elton John, ‘I’m Still Standing’. Vou até entrar com essa música na luta. Ela me ajudou demais depois que perdi para a Zhang. Vou me sentindo uma garotinha, chutando bastante. Mudei algumas quedas. Sei que o pessoal gosta de me ver jogar todo mundo para baixo, mas agora vai ser um pouco diferente”, disse.

Assim que perdeu o cinturão para Jéssica, Namajunas, ainda abalada pelo revés, chegou a cogitar uma aposentadoria do MMA. No entanto, meses depois, a americana mudou de ideia e afirmou que continuaria no esporte. Porém, em abril deste ano, data inicial para o confronto no UFC 249, ela teve que lidar com a perda de familiares em decorrência do COVID-19.

“Conhecendo a Rose da forma que conheço, com certeza não vai fazer diferença ela ter vindo de derrota. Ela volta cada vez melhor. Por mais que a maioria das pessoas achem que o psicológico dela é fraco, ela tem uma cabeça bem forte sim, consegue inverter os sentimentos para ter mais vontade de crescer. Acho que ela vai lutar como se fosse a primeira vez e estou indo preparada para tudo. A Rose estando bem e eu bem também, vamos dar um show para a galera lá dentro”, explicou.

Atualmente Jéssica ‘Bate-Estaca’ e Rose Namajunas são a primeira e segunda colocadas, respectivamente, do ranking da divisão. No entanto, isso não garante que a vencedora vai disputar o título contra Zhang. E esse também é o pensamento da brasileira, que destacou a quantidade de eventos feitos pelo UFC nos próximos meses para acreditar que outras lutadoras devam receber essa chance primeiro.

“Acho que mesmo vencendo a Rose, não devem me dar a chance de cinturão. Antes da pandemia até saiu um comentário de quem vencesse essa luta já ia disputar o cinturão. Mas agora tem muitos eventos, muitas meninas lutando. Acho que vai ser da mesma forma, ganhar uma, duas, três até chegar lá. Sempre foi assim. Mas primeiro é vencer a Rose. Para mim a escada é sempre mais larga. Mas tem a recompensa de quando se chega lá em cima, olha para baixo e vê o tanto que passou para chegar lá”, afirmou a brasileira de 28 anos.

No MMA profissional desde 2011, Jéssica ‘Bate-Estaca’ teve seu momento mais alto na carreira em maio de 2019, quando nocauteou Rose Namajunas e conquistou o cinturão do UFC. Na carreira, a brasileira soma 20 vitórias e sete derrotas. Já pelo UFC, em que atua desde 2013, são 11 triunfos e cinco reveses.

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Publicado por
Carlos Antunes

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