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Mackenzie faz autocrítica e usa passado no jiu-jitsu como inspiração para volta por cima

Mackenzie Dern agora tem um cartel de sete vitórias e uma derrota no MMA – Diego Ribas

Após dar luz à sua filha Moa, há quatro meses, Mackenzie Dern não demorou para retornar ao UFC. Entretanto, na sua volta, a americana-brasileira acabou derrotada por Amanda Ribas por decisão unânime, em revés que também tirou sua invencibilidade no MMA – que já durava sete combates. Mas estes fatos negativos não mexeram com a cabeça da lutadora, pelo contrário. De acordo com a peso-palha (52kg), em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ela já está acostumada a lidar com adversidades desde a época em que competia somente jiu-jitsu.

Como se sabe, não é só de vitórias que vive um lutador, e não são poucos os competidores que atestam que tanto aprendizado como evolução são mais rápidos após derrotas. Mackenzie Dern concorda com essa teoria. Apesar de admitir o sabor amargo de perder sua invencibilidade, a faixa-preta de jiu-jitsu aposta que voltará mais forte ao octógono do Ultimate.

“Com certeza é mais gostoso ter o zero no recorde, mas acho que pela minha história no jiu-jitsu, onde já perdi muitas vezes, e tive cirurgias antes de conquistar meus maiores títulos. Então faz parte, não que aceito perder. Lógico que sinto, fico triste, mas não tem como viver no passado. Essa luta já tá no passado e é a mesma coisa da vitória. A gente comemora, mas ela é passado também. Então é bola para frente. Seria legal ser uma atleta invencível, mas acho muito difícil. Acho que umas derrotas me fazem crescer como atleta. Acho que tenho muito potencial, que posso ser uma lutadora conhecida por diversas coisas, não só pelo chão. Posso ter lutas da noite, finalização da noite, que a galera vai gostar de me assistir lutar ganhando ou perdendo e isso que é legal”, afirmou.

Durante o combate, a lutadora teve dificuldades para impor seu jogo de solo, não efetuando nenhuma queda. Já na parte em pé, Mackenzie também teve problemas por não achar a distância para golpear a rival, que estava com uma movimentação veloz, o que laramente dificultou sua vida. Porém, a filha do ex-lutador Wellington ‘Megaton’ Dias fez questão de afirmar que estes problemas não foram em decorrência dela ter voltado a lutar quatro meses após se tornar mãe.

“Não cheguei a assistir a luta ainda, mas lógico que depois da luta falei pros treinadores o que eu achei, o que eu senti. Não consegui achar a distância, senti um pouco do tempo, mas coisa normal que pode acontecer mesmo se pessoa esteja treinando ou não. Às vezes dava soco no ar, estava vendo meus socos passando, não achava a distância. Quando jogava o soco, eu já via que estava longe e sentia que a Amanda estava mais no tempo. Ela acertava, ela achava a distância, entrava e saia e eu não fiz isso. Me senti bem fisicamente, bem preparada. Gostaria de levar para o chão, fazer tudo, mas não deu. Não sou trocadora, mas não tenho medo de trocar. Não me senti muito atrás, mas que ela ganhou. Acontece. Não sinto nada louco de ter voltado muito cedo”, garantiu, emendando.

Mackenzie Dern não sai de perto de Moa, sua filha de quatro meses – Diego Ribas

“Não é qualquer um que pode falar que pode voltar em quatro meses. A rotina de treinos é difícil, mas para mim eu voltei na hora certa. Tomando soco na cara, pode tomar no sparring, mas só na luta que você tem essa experiência. Para voltar ao ritmo o mais rápido era de estar lutando. Tem pessoas que acham cedo, mas também outras que gostam. Eu sei do meu talento, do meu esforço, treinos e tudo. Essa derrota não muda muita coisa. Sei que posso ser campeã. Isso só vai me fazer evoluir no que eu preciso e me colocar no ritmo de novo”.

Se antes deste combate Mackenzie ficou mais de um ano afastada do octógono, agora ela não quer repetir isso. A lutadora vê com bons olhos voltar a competir no Brasil, no UFC São Paulo, que está marcado para maio de 2020. Caso se confirme esta vontade, seria a segunda vez que a lutadora atuaria em solo brasileiro pelo Ultimate. Na outra ocasião, ela finalizou Amanda Cooper, no UFC Rio 10, em maio de 2018.

“Data não tenho, mas achei que seria uma boa ser no primeiro evento no Brasil, ano que vem. Não antes de fevereiro, por aí. Acho que seria bom, seria legal, gosto muito e essa é a minha ideia”, revelou.

Desde o início da sua carreira no MMA, Mackenzie soube lidar bem com as críticas. Se antes deste combate a dúvida era em relação ao seu peso, já que em maio de 2018 teve problemas com a balança, na pesagem oficial do UFC Rio 10, agora seria o tema dela ter acelerado seu retorno às competições. Para a peso-palha, sem dar voz aos ‘haters’, sua maior motivação e combustível para seguir trilhando seu caminho no MMA agora é sua filha.

“Foi muita loucura nos meus últimos meses, criando uma vida nova e tentando manter nossa vida antiga um pouco. Mas apesar das loucuras, foi tudo perfeito. Meu camp foi um dos melhores que já tive, sei muito problema nem nada assim. Só sorriso da minha filha e isso que me motivou durante o camp todo. Muitas mudanças no corpo, a mente, me sinto uma pessoa mais madura e você acaba nem ligando para o que os outros pensam. Você não liga mais. Você só quer fazer o seu melhor e mostrar para minha filha. Ela é o maior combustível que eu poderia ter”, finalizou.

Após uma carreira de sucesso no jiu-jitsu, Mackenzie Dern está no MMA desde 2016. A americana-brasileira possui um cartel de sete vitórias, sendo quatro por finalização e três por decisão, e uma derrota.

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