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Lutador supera COVID-19 e morte do pai antes de lutar no UFC Las Vegas

Lyman Good (à direita) encara Belal Muhammad (à esquerda) – Diego Ribas/PxImages

Neste sábado (20), no card principal do UFC Las Vegas, Lyman Good fará sua primeira luta em 2020 depois de passar por uma verdadeira “montanha russa emocional”, como o próprio descreve, nos últimos meses. Primeiro lutador do Ultimate a testar positivo para COVID-19, o meio-médio (77 kg) ainda precisou lidar com a morte do seu pai há algumas semanas, na véspera do dia dos pais.

Para superar o ‘inferno astral’, o americano encontrou forças na filosofia ensinada nas artes marciais e no pensamento de vencer seu combate contra Belal Muhammad como forma de homenagear seu falecido pai. Por isso, ainda que tivesse motivos suficientes, Good descartou a possibilidade de se retirar do card do evento deste sábado.

“Tem sido um ano bastante longo. Além de tudo o que aconteceu comigo, meu pai morreu há algumas semanas. Tenho vivido uma montanha russa emocional e física, em todos os níveis. Mas um dos aspectos que treinamos nas artes marciais é aprender a manter a integridade do seu foco, a se manter no seu caminho não importa o que aconteça. Mantenha o curso porque, no fim de tudo, você vai se sentir muito melhor por saber que se manteve nele. Você treinou duro e não se desviou. Então, eu estou definitivamente ansioso por essa luta. Estou animado para ir lá e deixar todos orgulhosos. (…) Muita coisa passou pela minha cabeça quando meu pai morreu. Senti que, se eu não lutasse, eu faria uma injustiça com a sua honra e com o seu nome. Senti que precisava tentar usar isso como uma oportunidade de ir lá – era literalmente a véspera do dia dos pais. Eu disse para mim mesmo: ‘Vamos lá e vamos fazer isso por ele'”, contou Lyman Good, ao site ‘MMA Fighting’ durante o media day virtual.

Assim como no episódio do falecimento de seu pai, Lyman Good também utilizou as artes marciais para superar a COVID-19. De acordo com o meio-médio – que originalmente enfrentaria Belal Muhammad em abril, mas viu o duelo ser remarcado após testar positivo para a doença – o fato de estar saudável e treinando, no momento em que foi infectado, teve influência direta na amenização dos sintomas e, consequentemente, em sua recuperação.

“Existe muita informação e muita confusão sobre o Covid-19. E o medo das pessoas está por trás dessa confusão. Eu só posso falar sobre a minha experiência. Eu fui infectado quando estava treinando para lutar. Por conta disso, acredito, eu estava em forma, com um bom condicionamento físico, com saúde, pulmões e tudo mais em ótimas condições, e isso de certa forma me ajudou a superar a doença e praticamente não ter os mesmos sintomas que uma pessoa comum. Eu só tive alguns sintomas físicos. Senti incômodos no corpo e nos pulmões. Eu tinha menos energia, estava me cansando mais e tinha dores no corpo. Foi isso que eu senti. Tive sorte de estar treinando para lutar naqueles dias. O reforço na minha saúde por eu estar treinando para lutar me ajudou a vencer o vírus com um pouco mais de facilidade que a maioria das pessoas”, finalizou.

No Ultimate desde julho de 2015, Lyman Good tem alternado vitórias e derrotas em suas cinco primeiras apresentações na principal liga de MMA do planeta. Vindo de um resultado positivo em sua última luta, diante de Chance Rencountre, em novembro do ano passado, o americano busca interromper esse padrão contra Belal Muhammad neste sábado, no UFC Las Vegas. De trajetória mais consolidada na entidade, seu adversário soma sete triunfos e três reveses dentro do octógono.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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