Recentemente, em outubro, o Ultimate atualizou seu código de conduta e proibiu seus lutadores e pessoas próximas de apostarem em combates organizados pela companhia. Algumas semanas após o decreto, um duelo da liga mais famosa de MMA do mundo está sendo investigado justamente por detecção de apostas suspeitas. O confronto em específico foi realizado no último sábado (5), no UFC Vegas 64, entre Darrick Minner e Shayilan Nuerdanbieke, pela divisão dos pesos-penas (66 kg).
A luta é alvo de investigação por uma empresa sediada nos EUA, especializada na integridade de apostas. De acordo com a firma, horas antes do duelo entre Minner e Shayilan, foram registradas inúmeras apostas em favor do atleta chinês. No entanto, a tradicional ‘fézinha’ se sobressaiu por conta da especificidade. Na opinião dos fãs que investiram seu dinheiro, Nuerdanbieke não somente venceria, como também liquidaria a fatura no primeiro assalto.
O número de apostas foi tão fora do comum que, às vésperas da luta, as odds para o triunfo de Shayilan despencaram, o tornando franco favorito. Antes da mudança abrupta no confronto, o apostador precisaria investir R$ 220 para lucrar R$ 100 com a vitória do chinês. Algumas horas depois, o fã de MMA precisaria colocar em jogo R$ 440 para obter o mesmo retorno.
E o movimento nas casas de apostas se justificou. De acordo com a ‘ESPN’ americana, o oponente de Shayilan entraria em ação no UFC Vegas 64 com uma lesão no joelho – rumor que, possivelmente, motivou o fluxo de apostas contra o americano. Durante a luta, a previsão se concretizou. Minner lançou um chute no início do combate e foi ao chão com a mão na região, sendo posteriormente nocauteado pelo adversário chinês.
Antes do confronto, as principais casas do ramo suspeitaram das apostas fora de tom para este duelo em específico e contrataram a ‘U.S Integrity’, uma empresa especializada na integridade do meio. Horas antes da luta se concretizar, a firma informou sobre a situação suspeita – o que culminou, até mesmo, na retirada do combate do quadro de apostas de determinadas casas.
“Nosso objetivo, como sempre, é notificar a indústria de qualquer atividade potencial nefasta, anormal ou suspeita o mais rápido possível, para que eles possam agir o mais rápido possível. Neste caso, esperamos que, enviando algumas horas antes do início da luta, possamos ter ajudado a evitar que algumas apostas mais suspeitas fossem aprovadas”, declarou Matthew Holt, presidente da ‘U.S Integrity’, em entrevista à ESPN americana.
O caso corrobora a decisão do Ultimate em proibir a aposta de lutadores, familiares e membros da equipe em lutas da organização, uma vez que essas pessoas podem ter informações privilegiadas sobre o status de um atleta e, possivelmente, terem vantagem na hora de prever o resultado do confronto.