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Lara Procópio narra como driblou resistência do pai para migrar para o MMA

Jovem promessa da equipe ‘Nova União’, Lara Procópio faz sua estreia pelo Ultimate neste sábado (31) contra a compatriota Karol Rosa, em evento marcado para acontecer na China. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a mineira contou sobre o início de sua trajetória nas artes marciais até chegar à famosa academia sediada no Rio de Janeiro. Vindo de uma família ligada às artes marciais, Lara iniciou os treinos, ao lado da irmã gêmea, na arte suave ainda criança em Belo Horizonte. Porém, sua escolha de trocar de esporte enfrentou resistência por parte de seu pai.

Após competir por alguns anos no jiu-jitsu e treinar muay thai para manter o peso, a atleta decidiu migrar para o MMA, ideia que inicialmente não foi tão bem recebida por seu pai. No entanto, depois da reprovação inicial do patriarca da família, a brasileira conseguiu realizar seu desejo, primeiramente no MMA amador e depois no profissional. Com dificuldades para encontrar incentivo e companheiras de treino em sua cidade, Lara se mudou para o Rio de Janeiro e passou a fazer parte da academia ‘Nova União’ há três anos.

“Eu comecei através do meu pai, que é professor de jiu-jitsu e tem uma academia em Belo Horizonte. Minha primeira competição foi aos sete anos de idade e não parei mais. Sempre competi no jiu-jitsu, ganhei alguns títulos, mas chegou uma fase da minha vida em que eu senti que precisava de algo a mais. Sempre gostei de luta, praticava muay thai para ficar dentro do peso para as competições, e decidi migrar para o MMA. Inicialmente meu pai não gostou da ideia, ficou um pouco receoso, mas depois ele me incentivou a treinar. Fiz três lutas no amador e uma no profissional em Belo Horizonte. Mas lá o esporte não é muito valorizado, principalmente para mulheres, não tinham muitas meninas para treinar comigo. Então através de um amigo do meu pai, a gente entrou em contato com o Dedé (Pederneiras) e após uma semana de testes ele me convidou a permanecer na Nova União”, contou Lara Procópio à reportagem da Ag. Fight.

A lutadora admitiu que evita pensar muito sobre a sua estreia pelo Ultimate para conter a ansiedade. Para reverter o sentimento que pode prejudicá-la, Lara declarou que busca mentalizar a realização do sonho que cultiva desde o início da sua trajetória no MMA. De acordo com ela, nem mesmo o fato do evento ser realizado do outro lado do mundo afeta seu psicológico.

“Estou tentando me concentrar bastante para não pensar muito na estreia. Sou uma pessoa muito ansiosa, se eu ficar pensando demais posso perder o sono, mas estou me controlando. Tento puxar como algo positivo, que me motive. Sempre visei o UFC, desde as minhas lutas no MMA amador. Então, estou com o pensamento de que chegou a minha hora. Nem mesmo a distância vai me atrapalhar. Estou com alguns professores, uma equipe boa para me dar assistência. Tenho alguns amigos que moram na China. Estou me sentindo muito amparada”, afirmou.

A lutadora explicou também que, apesar de sua estreia pela organização ser no peso-galo (61 kg), seu desejo é de retornar ao peso-mosca (57 kg), sua categoria de origem, após o combate marcado para o UFC China. Ainda que esteja ciente da necessidade de evoluir de forma gradativa dentro da organização, Lara confirmou que pensa em enfrentar Valentina Shevchenko, atual campeã do peso-mosca feminino, no futuro.

“Apareceu a oportunidade de entrar no UFC no peso-galo, mas a minha categoria é o mosca. Já está certo com o mestre Dedé que eu vou competir nessa divisão depois dessa luta. Enfrentar a Shevchenko é uma meta a longo prazo. Eu a acho muito completa, ela é quase imbatível, mas não é algo que eu pense para agora. Tenho que ir passo a passo, evoluir em cada luta até chegar nela”, finalizou a atleta.

Lara Procópio tem apenas 23 anos de idade. Invicta até o momento, a lutadora acumula seis vitórias em sua carreira no MMA profissional. A mineira foi campeã nas categorias galo e mosca pelo ‘Shooto Brasil’.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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