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Ex-campeão do UFC, Cain Velasquez em ação no octógono.
Rigel Salazar/PxImages

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Juíza nega fiança e Cain Velasquez segue preso acusado de tentativa de homicídio

Preso no último dia 28 de fevereiro, na Califórnia (EUA), Cain Velasquez não terá direito a fiança para responder em liberdade. O pedido foi negado pela juíza Shelyna Brown, em audiência realizada nesta segunda-feira (7), no Tribunal de Justiça de Santa Clara. O ex-lutador voltará ao tribunal no próximo dia 12 de abril.

A magistrada justificou sua decisão chamando os supostos atos cometidos pelo ex-campeão do UFC de “imprudentes” e alegando que sua soltura mediante pagamento de fiança seria um “risco muito grande”. Durante a audiência, tanto a defesa do lutador, quanto o promotor do caso foram ouvidos pela juíza por cerca de 25 minutos.

No dia 28 de fevereiro, Cain Velasquez teria perseguido e atirado em um carro ocupado por três pessoas, entre elas Harry Eugene Goularte, de 43 anos, acusado de abusar sexualmente de um familiar muito próximo e menor de idade do lutador, e que havia sido liberado da prisão pouco antes, após pagamento de fiança.

Preso pela polícia local, o ex-campeão do UFC – que teria errado o tiro e acertado no padrasto de Goularte – enfrenta múltiplas acusações na Justiça, entre elas tentativa de homicídio, e, caso seja condenado, pode pegar até mesmo prisão perpétua.

Confira na íntegra a decisão proferida pela juíza Shelyna Brown:

“Esse tribunal teve a oportunidade de analisar as 37 cartas que foram enviadas nessa manhã, muitas delas de advogados e outros profissionais e personalidades judiciais e proeminentes figuras na comunidade. Eu revisei a Declaração dos Fatos. Eu analisei os artigos que foram apresentados aqui no tribunal. A corte reconhece que a sala de audiências está cheia de apoiadores do Sr Velasquez. Parece que (Microsoft) Teams, a plataforma virutal está cheia de repórteres. A corte diz todas essas coisas para dizer que o que é importante nesse tribunal é a lei.

Eu vou aplicar a lei para os fatos como eu os entendo. Eu acredito que o tribunal tem que revisar o Artigo 1, Seção 12 da ação penal da Califórnia, que fala sobre atos envolvendo violência contra outra pessoa. Os fatos são claros aqui que esse foi um suposto ato de violência, de acordo com as leis – seguir um indivíduo, perseguir um indivíduo por algumas milhas, colidir com um indivíduo com seu veículo, e atirar em indivíduos à queima-roupa.

A corte, revisando aqueles fatos, entende as circunstâncias ao redor. É claro para esse tribunal que existe uma clara e convincente evidência que existe uma chance substancial que resultaria em um grande lesão corporal, não apenas para as nomeadas testemunhas de acusação nesse caso, mas para residentes de Santa Clara em geral.

Esse caso envolve alegações de extrema imprudência à vida humana, colidir um veículo no meio do dia onde cidadãos estão dirigindo, cuidando de suas vidas, e atirar de um carro em outros indivíduos, o que é imprudente por qualquer padrão. Qualquer um poderia ter sido machucado. Qualquer um poderia ter sido morto. Quando esse tribunal olha para o Artigo 1, Seção 12, é esse nível de risco que esse tribunal tem que levar em consideração. Dito isso, esse tribunal considera que o risco é muito grande. Não vai haver fiança definida neste momento.”

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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