Prestes a fazer sua estreia no peso-galo (61 kg) neste sábado (14), José Aldo demonstra entusiasmo com o novo desafio na carreira, que reacendeu a chama dentro dele e afastou a ideia de pendurar as luvas, possibilidade que chegou a ser considerada pelo lutador. O confronto contra Marlon Moraes, pelo UFC 245, em Las Vegas (EUA), colocará o ‘Campeão do Povo’, como é conhecido, diante de um rival conhecido, já que ambos treinaram juntos por um breve período na equipe ‘Nova União’.
Em chamada de teleconferência com a imprensa, com a presença da reportagem da Ag. Fight, Aldo admitiu que o conhecimento adquirido sobre Marlon na breve passagem do rival por sua equipe facilita seu trabalho e de seus treinadores na hora de montar a estratégia para a luta. Sobre tática, o manauara foi questionado por uma mudança visível em seu jogo nos últimos anos. Em resposta, o ex-campeão peso-pena (66 kg) do UFC justificou a diminuição no volume de chutes desferidos contra os oponentes durante seus combates, ponto forte de seu jogo no início de sua trajetória no UFC, após vir do extinto evento WEC, onde também foi detentor do cinturão até 66 kg.
“A estratégia a gente monta em cima disso. Ele é um cara já conhecido, é um cara que a gente tem uma aproximação, então a gente já conhece o estilo. Isso ajuda bastante. Ele tem vários pontos fortes, os chutes dele são bons, mas eu acho que a gente está bem treinado, vai neutralizar tudo e vamos vencer”, analisou José Aldo, antes de comentar sobre a mudança identificada no seu estilo de luta nos últimos anos.
“Tudo depende do adversário. Se eu pudesse dar um chute e acabar a luta, é o que eu queria. Naquele tempo (início da trajetória no UFC) a gente vinha voando, chutando, mas a gente ainda estava chegando. A partir do momento que você vira o campeão, você vira um alvo, muda totalmente. Os adversários estudam bastante, não te deixam aplicar os seus melhores golpes. Acho que tudo faz parte. É uma estratégia, é um xadrez em que você tem que tomar decisões rápidas e às vezes eu não consigo encaixar os chutes. O que eu mais treino é isso, só que na luta não sai porque os caras não deixam também”, explicou o ex-campeão peso-pena do UFC.
Animado com a mudança de categoria e de olho em uma chance de lutar pelo cinturão até 61 kg no futuro próximo, Aldo declarou que não se importa com a repercussão, por vezes negativa, causada pelo estranhamento das pessoas com a sua nova figura, visivelmente menor e aparentemente frágil fisicamente. Nomes como Darren Till, peso-médio (84 kg) do UFC, demonstraram preocupação com a saúde do brasileiro ao verem sua nova aparência, ao mesmo tempo em que Conor McGregor, antigo desafeto, o elogiou e desejou boa sorte na nova caminhada.
“Não me importa (a repercussão). O que me importa é o José Aldo, o resto é o resto. Todo mundo estava acostumado a me ver de uma maneira e agora mudou, mas só os verdadeiros campeões sabem. Eu nunca fiz uma dieta, nunca fiz nada disso. Acho que todo mundo tomou um susto comigo. Quando eu falo o peso que eu estou, ninguém acredita pelo fato que, no peso-pena, eu batia com dificuldade. Para mim, é a coisa mais fácil. Minha cabeça foi feita para isso”, concluiu o amazonense.
O duelo contra Marlon Moraes, ex-desafiante ao cinturão peso-galo do UFC e número um no ranking da categoria, pode colocar José Aldo muito próximo de uma oportunidade de disputar o cinturão até 61 kg. O título da divisão está atualmente em poder do americano Henry Cejudo, que também é o campeão peso-mosca (57 kg) do Ultimate.