Johnny Walker quer manter sua invencibilidade no UFC contra Anderson – Diego Ribas
Com três vitórias seguidas, sendo todas por nocaute no primeiro round, Johnny Walker chegou fazendo barulho na categoria dos meio-pesados (93 kg) do Ultimate. Apesar de ter pela frente Corey Anderson, no UFC 244, neste sábado (2), o brasileiro esbanja confiança e já mira uma disputa de cinturão contra o campeão Jon Jones. Aliás, o atleta tupiniquim coloca o americano como seu principal alvo, independente da categoria.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, Johnny acredita que uma vitória impactante em Nova York (EUA) possa fazê-lo ultrapassar rivais da divisão e já colocá-lo em rota de colisão com ‘Bones’. Porém, caso o detentor do título suba para a categoria dos pesados, como já declarou recentemente, por não estar empolgado com os desafios que seus próximos adversários poderiam lhe oferecer, o brasileiro garantiu que não hesitaria em fazer o mesmo caminho atrás deste duelo.
“Acho que sim (posso furar a fila e disputar o título com uma boa vitória). Vou dar uma animada nele (Jones) depois dessa luta para ele voltar a treinar pesado. E caso ele suba (para os pesados), eu vou atrás dele, sem dúvida”, disse.
Mas antes de um possível confronto contra Jon Jones, Johnny encara Corey Anderson, que também vem em uma sequência de três vitórias no UFC. Mas nada que o deixe preocupado. O brasileiro admitiu que não teme a estratégia do seu rival, evitando a sua trocação e buscando a luta garrada. Nas últimas apresentações do americano, ele mostrou um bom condicionamento físico e venceu todas por decisão unânime dos jurados.
Johnny Walker possui três vitórias por nocaute no Ultimate – Rigel Salazar
“Ele vai querer ficar quedando para fazer ponto para levar para decisão. Mas faz já minha estratégia, estou pronto para defender quedas e dar porrada na cara dele. Estou preparado para lutar os três rounds e ver até onde ele vai”, garantiu o brasileiro que atualmente é o 11º colocado no ranking dos meio-pesados.
Para o UFC 244, Johnny decidiu fazer um camp na Rússia, na filial de Moscou da American Top Team, justamente para aprimorar essa parte de solo, que deve ser testada no seu próximo duelo. Questionado sobre o resultado dessa mudança de treinamentos, Johnny foi só elogios a receptividade dos companheiros e o alto nível das atividades.
“Foi muito bom, tinha bastante cara para treinar lá, forte, pesado. Então nesse tempo fiquei pronto para pegar o Corey. Eu treinei com caras melhores que ele e acho que posso até fazer próximo camp lá de novo. É uma galera bem família, me ajudaram bastante. Foi bastante produtivo”, contou o lutador que tem 17 vitórias na carreira.
Em novembro de 2018, Walker fazia sua estreia no Ultimate, no UFC Argentina e já dava seu cartão de visitas com um triunfo por nocaute sobre Khalil Rountree. Após praticamente um ano, o brasileiro agora é uma das principais estrelas brasileiras da organização. Mas engana-se quem acha que ele sente alguma pressão a mais por esse novo momento da carreira. No entanto, admite que lidou com uma mudança drástica em sua rotina de vida.
“Se tem alguma pressão eu não senti não. Eu não sinto pressão. Tenho uma cabeça boa, faço o que eu gosto. Mas foi uma mudança muito rápida. Tive que segurar as pontas em muita coisa. Muita coisa muda, não só na luta, mas na família, amigos, estresse. Tem que se adaptar bem. Mas estou bem, tenho uma cabeça boa e estou focado”, frisou.
Neste sábado, o Ultimate mais uma vez desembarca na cidade de Nova York e terá o ‘Madison Square Garden’ como palco do show. Para Johnny, que já se apresentou em Buenos Aires (ARG), Fortaleza e Las Vegas (EUA) pelo UFC, a motivação é outra em saber que lutará no mesmo lugar em que grandes lendas das artes marciais fizeram história.
“Claro (que é uma motivação a mais). É uma motivação 100%. Vou estar num lugar em que Mike Tyson, Muhammad Ali lutaram e agora estarei ali também. É um sonho a ser realizado e quero continuar minha história”, declarou.
Johnny Walker acumula nocautes avassaladores no UFC – Leandro Bernardes/Ag Fight
A luta principal do UFC 244 terá Jorge Masvidal e Nate Diaz, que vão disputar o cinturão batizado de ‘BMF’ (algo como ‘maior durão do mundo’). Para Johnny, o Ultimate deveria mudar a nomenclatura do título e fazer um GP com alguns lutadores para definir quem é o melhor.
“Eles gostam de fazer história, né?! Eu acho que teriam que colocar um cinturão como o melhor de todos os tempos, o GOAT (Greatest Of All Times), como eles falam. Mas acho que teria que ser um GP de pelo menos umas quatro lutas na noite. Uma só não define quem é o maior de todos”, finalizou o brasileiro de 27 anos.
Johnny Walker deu seus primeiros passos no MMA em 2013, mas somente em 2018 teve a grande oportunidade da carreira, ao participar do ‘Dana White Contender Series’. Após vencer Henrique ‘Frankenstein’, o brasileiro assinou com o Ultimate, para engatar três vitórias seguidas, todas por nocaute. Na última vez que pisou no octógono, foi em março deste ano, quando nocauteou Misha Cirkunov.