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Glover massacra adversário, cita Rocky Balboa e pede por cinturão do UFC

Diante do americano Anthony Smith nesta quarta-feira (13), na cidade de Jacksonville (EUA), Glover Teixeira liderou seu primeiro card do UFC desde maio de 2017. E para celebrar a ocasião, nada melhor do que uma bela apresentação ao seu melhor estilo: boxe potente, jiu-jitsu justo e muita valentia.

Depois de começar pior, quando sofreu diversos golpes na longa distância, o brasileiro de 40 anos equilibrou a disputa no segundo assalto com golpes junto à grade e, a partir daí, acabou com o ímpeto do rival e impôs um verdadeiro massacre que poderia ter sido interrompido a partir da terceira etapa.

“Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente (…) Me inspiro em caras como você, Cormier, Yoel Romero, caras que continuam lutando depois de anos. Claro, fiz mudanças, fui para o UFC PI. Mas quero minha chance de lutar pelo título”, narrou o veterano.

A luta

Mais ágil, Smith achou o tempo de luta logo na primeira troca de golpes e tirou grande vantagem disso. Jabs, cruzados e chutes, frontais e nas pernas, castigaram o veterano brasileiro, que apostou na estratégia de caçar o rival e encurtar a distância para pressionar com golpes na linha de cintura. Desta forma, os cinco primeiro minutos foram uma bela exposição da versatilidade do americano, que garantiu a vantagem parcial com folga.

O segundo assalto foi um verdadeiro show para o fã de MMA. Depois de começar pior e de sofrer com a envergadura do americano, Glover conseguiu encurtar a distância e colocar Smith contra a grade. E foi ali que seu poder de fogo se fez presente. Golpes na linha de cintura, cruzados no rosto e até chutes altos equilibraram a disputa, fazendo da missão de pontuar esta etapa uma tarefa difícil. Glover 19 x 19 Smith.

Mais cansado, Smith diminuiu o ritmo e passou a trocar golpes na curta distância com o brasileiro. E sem a vantagem da envergadura e da agilidade, o americano sofreu com dois fortes cruzados que o levaram a knockdown. Por cima no chão, Glover pegou as costas, montou e tentou finalizar a disputa, mas esbarrou na defesa do rival – assim como no seu cansaço. Glover 29 x 28 Smith.

O quarto round começou como o anterior. Mais explosivo, Glover encurtou com cruzados e levou o oponente a se jogar em queda. O brasileiro defendeu e passou para as costas, de onde iniciou novo castigo e só terminou com o soar do gongo, diante de um praticamente nocauteado Smith, que se levantou com dificuldades.

A quinta e última etapa foi um verdadeiro massacre. Glover partiu para cima, acertou cruzados, defendeu a queda e ficou por cima. Rapidamente, o faixa-preta de jiu-jitsu passou a guarda e montou, de onde fuzilou no ground and pound até que o árbitro interrompesse o confronto.

Pesos-pesados surpreendem

Co-main event da noite, a disputa entre os pesos-pesados Ben Rothwell e Ovince St. Preux surpreendeu os críticos da categoria. Se normalmente os atletas desta divisão costumam cair drasticamente de desempenho com o decorrer dos rounds e fazem dos últimos minutos (quando a disputa chega ao final dos três rounds previstos) um verdadeiro drama para os fãs, os valentes lutadores provaram seu valor.

Na primeira etapa, as já conhecidas ‘patadas’ de Rothwell desequilibraram e lhe garantiram a vantagem parcial. Afinal, trocar golpes de forma franca com alguém do seu tamanho e poder de nocaute é arriscado, e por OSP precisou usar toda a área do cage para se livrar do perigo.

No round seguinte, conforme a movimentação e poder de fogo dos dois caiu, a emoção cresceu e um vigoroso infight junto à grade valeu o ingresso. Agressivos, eles trocaram golpes na curta distância o que, de forma surpreendente, favoreceu OSP, que levou o rival a knockdown e garantiu a vantagem parcial.

O terceiro round, por sua vez, contrariou qualquer expectativa ao roubar a cena e promover as melhores emoções da disputa. Com troca franca de golpes, os dois lutadores se provaram duros na queda e com o gás em dia. Mas rápido, Ovince garantiu mais acertos, mas foi a contundência de Rothwell principalmente junto à grade que convenceu a maioria dos jurados de que ele merecia a vitória.

Ao final do seu confronto de número 50, e que marcou sua vitória de número 38 como atleta profissional de MMA, o veterano de 38 anos desafiou o russo Aleksei Oleinik, que venceu Fabrício Werdum no último sábado (9), para uma luta.

Confira o card completo:

Glover Teixeira nocauteou Anthony Smith no 5º round;
Ben Rothwell venceu Ovince ‘OSP’ St. Preux por decisão dividida;
Drew Dober nocauteou Alexander Hernandez no 2º round;
Ricky Simon venceu Ray Borg por decisão dividida;
Andrei Arlovski venceu Philipe Lins por decisão unânime;
Thiago Moises finalizou Michael Johnson no 2º round;
Sijara Eubanks venceu Sarah Moras por decisão unânime;
Omar Morales venceu Gabriel Benitez por decisão unânime;
Brian Kelleher nocauteou Hunter Azure no 2º round
Chase Sherman nocauteou Isaac Villanueva no 2º round.

Editor da Ag Fight e colunista do UOL, Diego Ribas cobre MMA desde 2010 e atualmente mora em Las Vegas

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