Após sofrer suas duas primeiras derrotas na carreira no início de sua trajetória no UFC, Justin Gaethje engatou três expressivas vitórias consecutivas que o colocaram na quarta posição no ranking peso-leve (70 kg), próximo de pleitear uma disputa pelo cinturão da categoria. No entanto, com a disputa entre Khabib Nurmagomedov, atual campeão da divisão, e Tony Ferguson agendada originalmente para o dia 18 de abril, e a presença de Conor McGregor à sua frente na fila, o americano viu suas chances de conseguir um title shot ainda neste ano diminuírem. Porém, a pandemia do novo coronavírus e todas as mudanças que ela causou fizeram o destino do lutador mudar.
Com Khabib sem poder deixar a Rússia devido ao fechamento das fronteiras do país, medida adotada pelo governo para combater a propagação do COVID-19, o Ultimate se viu obrigado a encontrar um substituto de última hora para o campeão, e Gaethje foi o escolhido. Agora, o peso-leve encara Tony Ferguson na luta principal do UFC 249, em local ainda não divulgado, no próximo dia 18 de abril, podendo conquistar o cinturão interino da categoria e, com isso, garantir uma disputa contra o russo, pela unificação dos títulos. Apesar de não ter tido uma preparação adequada, o americano se mostrou confiante, em entrevista ao site ‘TMZ Sports’, de que seu estilo pode favorecê-lo no duelo diante do compatriota.
“Eu consegui o parceiro de dança perfeito. Peguei o parceiro de dança que eu sonhava e esse é Tony Ferguson. Ele cresce em locais sombrios, ele não se cansa, ele tem gás para (lutar por) dias, e eu bato como um caminhão. Então, quando eu acertá-lo, ele vai dormir”, projetou Justin, antes de completar.
“Eu tenho algumas das melhores habilidades de finalizar (uma luta) no plantel do UFC. Vou atacar seu corpo, atacar suas pernas e quando ele estiver preocupado com isso, eu vou socá-lo na cabeça e, com sorte, ele vai dormir. Se não, ele provavelmente vai me cortar com um daqueles cotovelos, provavelmente vai me finalizar no final da luta se eu não colocá-lo para dormir. Mas eu estou satisfeito com cada um desses cenários, desde que eu entre lá e não me desaponte, nem a minha família”, ponderou Gaethje.
Ainda que tenha pulado algumas casas no jogo de tabuleiro da divisão dos leves, Gaethje admitiu que foi difícil tomar a decisão de aceitar o combate contra Ferguson com tão pouca antecedência. Além de convencer seu treinador, que era contra, o lutador precisou pesar os prós e contras para analisar a sua situação com ou sem este duelo. Ao final, a possibilidade de se colocar próximo de conquistar o cinturão mais cedo do que imaginava falou mais alto.
“Eles me ligaram, meu treinador disso não. Meu treinador disse: ‘Você não aceita substituições de última hora para lutar’. Eu disse: ‘Você está certo’. Então eu falei: ‘Vamos dormir e pensar melhor’. Na manhã seguinte, eu acordei e disse: ‘Se eu perder, onde nós ficamos?’. E para mim, é exatamente no mesmo lugar que eu estou agora. Eu vou lá e receber um pagamento, o que é legal. Mas, no fim das contas, eu tenho uma chance de glória. Heróis vivem para sempre e lendas nunca morrem, e eu estou literalmente aqui para fazer essa afirmação”, concluiu.
Inicialmente agendado para acontecer no Brooklyn, em Nova York (EUA), o UFC 249 segue sem novo local confirmado oficialmente pela organização. Apesar disso, Dana White – presidente do Ultimate – afirma ter um acordo para que uma nova sede receba o evento do dia 18 de abril. Além do duelo entre Gaethje e Ferguson, o card do show conta com a peleja entre ex-campeãs peso-palha (52 kg) Jéssica ‘Bate-Estaca’ e Rose Namajunas, além do confronto de pesos-pesados entre Francis Ngannou e Jairzinho Rozenstruik.