Nove vezes campeã mundial de jiu-jitsu, Gabi Garcia anotou mais um recorde para sua carreira neste domingo (29) em Anaheim (EUA). Em sua quarta participação no ADCC – maior campeonato de submission do mundo -, a faixa preta da academia Alliance garantiu sua quarta medalha de ouro em uma categoria de peso, recorde isolado entre as mulheres (Kyra Gracie venceu três edições) e mesma marca alcançada pelo aposentado competidor Marcelo Garcia entre os homens.
Para vencer mais uma vez a divisão acima de 60 kg, Gabi precisou superar Ana Carolina Vieira na semifinal em duelo equilibrado e decidido na decisão dos jurados. Já na grande final, Carina Santi foi finalizada antes mesmo da metade da disputa, marca que quando atingida inicia a contagem de pontos de a acordo com as regras da competição.
Curiosamente, Gabi foi uma das únicas superfavoritas a conquistarem uma medalha de ouro no ADCC 2019. Além dela, Gordon Ryan, representante do time de Renzo Gracie, também confirmou a expectativa na divisão até 99 kg e bateu quatro rivais para se tornar bicampeão do torneio (em 2017 ele havia vencido na categoria até 88 kg).
Entre os grandes favoritos que tropeçaram na divisão até 99 kg estão o multicampeão de jiu-jitsu Marcus ‘Buchecha’ Almeida, que perdeu na semifinal para Kaynan Duarte quando tentava o tricampeonato no torneio, e Roberto ‘Cyborg’ Abreu, campeão absoluto em 2013, que foi superado por Nick Rodriguez na semifinal.
Campeão dos pesados em 2011, Vinny Magalhães perdeu para Vinicius Ferreira na semifinal até 99 kg, enquanto que na divisão até 77 kg os brasileiros Lucas Lepri e Renato Canuto caíram antes mesmo da final, onde o americano JJ Torres fez a licão de casa e garantiu o bicampeonato seguido no torneio.
Na divisão mais leve dos homens, até 66 kg, o ex-lutador do UFC Augusto Mendes, o ‘Tanquinho’, garantiu seu primeiro título com direito à vitória na semifinal sobre o temido Paulo Miyao. Por fim, entre as mulheres até 60 kg, Bia Mesquita, campeã da edição passada e super favorita para este ano, foi finalizada na semifinal pela finlandesa Ffion Davies, que perdeu a final para a brasileira Bianca Basilio.
Superluta e absoluto
Na grande superluta do evento, Andre Galvão venceu Felipe ‘Preguiça’ por dois pontos – conquistados com uma queda durante trinta minutos de luta – e garantiu sua quarta vitória em superlutas no ADCC. Aos 37 anos, completados neste domingo, o líder da equipe Attos, que também acumula seis títulos mundias de jiu-jitau na faixa preta, afirmou que pode parar de competir para focar na administração de seu time.
Para completar a aguardada noite, Marcus ‘Buchecha’ e Ryan Gordon duelaram na grande final do absoluto (sem divisão de peso), e mostraram porque são os dois maiores nomes da luta agarrada sem kimono da atualidade. Em um duelo equilibrado, que durou os 20 minutos iniciais e mais os dez minutos de porrogação, uma vantagem mínima através de uma punição por falta de combatividade aplicada ao brasileiro coroou Gordon como grande vencerdor da noite.
Vencedor de sua categoria e do absoluto, o americano falador chegou a ser vaiado pela torcida, mas pareceu não se importar e elogiou o desempenho de seu rival e de André Galvão, atleta com quem, em teoria, deveria cruzar caminhos no tatame em 2021: “Ele já fez muito pelo esporte, é uma lenda, mas parece que vai se aposentar. (…) Eu acho que fazer apenas a superluta é fácil. Quem aqui gostaria de me ver fazer a superluta e lutar na minha divisão?”, finalizou Gordon Ryan.
Buchecha, por sua vez, bateu na trave mais uma vez ao anotar seu segundo vice-campeonato na categoria absoluto.