Programado para o dia 21 de março, o UFC Londres foi o primeiro evento cancelado pelo Ultimate devido às medidas de restrição contra a expansão da pandemia de coronavírus. E dentre os altetas escalados para esse show, o brasileiro Geraldo ‘Espartano’, que enfrentaria Jack Shore, também foi diretamente prejudicado. O lutador, que buscava sua recuperação na organização após ser superado por Chris Gutierrez, não escondeu a tristeza por não poder atuar e, além disso, por não ter previsão de quando poderá competir novamente. No entanto, ele garante ter confiança no respaldo dado pela organização.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o peso-galo (61 kg) detalhou como foram os últimos momentos até a decisão do UFC de cancelar o evento. O brasileiro admitiu que o Ultimate já tinha separado todo o aparato de segurança para os competidores e que tinha garantido a realização do show para todos. ‘Espartano’ contou que estava praticamente na reta final de perda de peso quando recebeu a confirmação que o show não aconteceria.
“Ninguém esperava por isso. Foi menos de uma semana, faltando cinco dias, eu acho. Estava tudo certo. Um dia antes de confirmarem (o cancelamento), falaram que não era para se preocupar, davam instruções de higiene, que tinham médicos para todo mundo. Eu estava apreensivo, mas depois do e-mail dizendo que ia lutar, fiquei mais tranquilo. No dia seguinte meu empresário ligou falando que não ia ter mais. Foi um banho água fria. Fiquei bem triste, frustrado. Toda aquela preparação, estava muito confiante, muito bem treinado e acontece isso? Mas ninguém teve culpa”, explicou.
Como de costume, o Ultimate só paga os lutadores após eles se apresentarem no octógono. Mas com esse cancelamento, existe uma dúvida, já que o evento não aconteceu e nenhum atleta teve influência. Atento a essa questão, Geraldo destacou sua confiança na organização para que eles, pelo menos, deem alguma ajuda de custo para todos os envolvidos. No caso de ‘Espartano’, ele teve gasto total no seu camp, pois seu duelo foi adiado na semana da luta.
“O UFC ainda não entrou em contato sobre isso. Estamos até tentando falar com eles, sobre diversas questões e não respondem nada, estão bem confusos. Quanto eles pagarem, acho que vão pagar. No nosso contrato diz que se acontecer algo por causas naturais, alguma tragédia, não são obrigados a pagar. Mas acho que vão fazer alguma coisa. Mesmo que seja algo simbólico”, admitiu.
Assim da confirmação do cancelamento do UFC Londres, ‘Espartano’ parou completamente seus treinos e pretende retomá-los nesta semana. Com a restrição das academias fechadas, o lutador admitiu que achou uma saída perto de sua residência e planeja manter sua atividade física em uma quadra poliesportiva. A ideia do peso-galo é manter a pegada de treinamentos de olho em uma chance no UFC São Paulo, no dia 9 de maio.
“Se eu conseguisse lutar no UFC São Paulo seria bem legal. Acho que o UFC tinha que colocar os brasileiros no Brasil, os americanos nos Estados Unidos. Com esse cenário, seria uma boa logística. Mas não sei se é possível e se eles iam querer também. Acho que era uma boa saída. Eu mesmo antes de viajar, estava com medo de ser contaminado em aeroporto, avião, essas coisas. De isso me prejudicar e não lutar bem. Acho que pela segurança dos atletas seria legal”, completou o atleta que possui uma vitória e um revés no Ultimate.