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Família de ex-UFC morto em 2017 revela que atleta sofria de demência pugilística

O ex-lutador do UFC Tim Hague, morto em 2017 depois de uma luta de boxe, tinha encefalopatia traumática crônica (ETC) – também conhecida como ‘demência pugilística’. A informação consta no processo movido pela família do atleta contra o Município de Edmonton (CAN), a Comissão de Esportes de Combate de Edmonton (ECSC) e a KO Boxing Canada, empresa que promoveu o combate após o qual o lutador faleceu.

Hague tinha 34 anos e morreu pouco menos de 48 horas depois de ser nocauteado por Adam Braidwood. O ex-lutador do Ultimate sofreu vários knockdowns durante a luta, mas o árbitro só encerrou o combate depois de um golpe de Adam apagar Tim. A família do atleta pede 5 milhões de dólares canadenses – o equivalente a R$ 14,5 milhões – como indenização pelo que considera negligência das autoridades e da promotora do evento.

A ação acusa também um diretor da ECSC, um secretário municipal, o árbitro do combate e dois juízes laterais. De acordo com os advogados da família de Hague, todos eles contribuíram, de uma forma ou de outra, para o processo de negligência alegado. Os acusadores argumentam que as entidades não deveriam ter permitido que Tim lutasse contra Braidwood, já que ele deveria ter sido suspenso após nocautes anteriores. No período dos dois anos anteriores à sua morte, Hague havia perdido cinco vezes desta maneira – quatro no MMA e um no boxe.

A encefalopatia traumática crônica tem seus casos mais conhecidos ligados ao boxe. Alguns dos sintomas da ETC são dores de cabeça, confusão mental, perda de memória, tremores, vertigem e depressão.

O caso de Hague é o segundo de um lutador de MMA a ser documentado oficialmente. O primeiro havia sido do ex-lutador do Bellator Jordan Parsons, que morreu atropelado em 2016. Assim como Tim, a informação sobre a doença só foi divulgada publicamente após sua morte.

Alguns atletas brasileiros já relataram ter sintomas de ECT. Em entrevistas recentes, Wanderlei Silva e Renato ‘Babalu’, dois atletas que viveram os tempos mais duros do vale-tudo, admitiram que têm condições compatíveis com o diagnóstico.

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