Fabio Maldonado não atua pelo Ultimate desde novembro de 2015 – Erik Engelhart
Ao chegar à terceira derrota consecutiva no boxe, em maio, o ex-UFC Fabio Maldonado cogitou a aposentadoria em publicação que fez nas redes sociais. No entanto, após reavaliar a ideia, o ‘Caipira de Aço’ chegou à conclusão de que, mesmo aos 39 anos, ainda pode atuar em alto nível. Assim, ele agora vislumbra até mesmo a possibilidade de seguir o caminho de outros ex-atletas do Ultimate e participar de uma das modalidades de combate que mais tem chamado atenção ao redor do mundo: o ‘Bare Knuckle’ (boxe sem luvas).
Em entrevista exclusiva à Ag. Fight, Maldonado ressaltou que não teria problemas em seguir os passos de atletas , como o ex-campeão do UFC Johny Hendricks, e competir na modalidade de boxe sem luvas caso surgisse a oportunidade. No final da carreira e sem contrato com o Ultimate desde 2015, Fabio poderia aproveitar a oportunidade para fazer um ‘pé de meia’. Apesar disso, ele destacou que não toparia lutar por qualquer valor.
“Com o maior prazer, claro. É um desafio, machuca mais. Machuca os dois mais. Não faria eu sem (luvas) e o adversário com. Mas os dois sem, eu faria com certeza. Só acho que é muito pouco tempo. Se não me engano, são rounds de dois minutos. Tem que chegar um bom dinheiro também. Não é porque vou lutar por poucos minutos que receberei pouco dinheiro. Tenho que ser bem pago para entrar nisso aí”, contou, antes de justificar por que razão não competiria no sangrento esporte – ou em qualquer outra modalidade de combate – por qualquer valor.
“Não recuso luta, só se for luta muito mal paga. Se não, topo qualquer parada, qualquer problema. Sendo bem remunerado por isso, faço valer a pena. Sou capaz de morrer numa luta, dou tudo o que tenho, coloco todo o meu coração na luta. Digo sem exagero, sou capaz de morrer em uma luta, mas também não sou burro de lutar quase de graça, por causa de um café ou de uma janta. Tenho meus filhos para criar”, explicou.
Maldonado estreou no UFC em 2010, em duelo contra James McSweeney na categoria dos meio-pesados (93 kg). Na ocasião, ele estreou com o pé direito na maior organização de MMA do planeta ao nocautear o rival inglês no terceiro round. Depois disso, entretanto, ele teve dificuldade de manter a regularidade no octógono e foi demitido em 2015, após perder duas lutas consecutivas. Com os altos e baixos da carreira, o ‘Caipira de Aço’ ganhou experiência e, após sofrer a terceira derrota seguida no boxe, em maio, para Michael Hunter, ele repensou como deve fazer a preparação para os combates daqui em diante.
“Na minha estreia no UFC fui chamado com 19 dias para a luta, para perder 13 kg. Consegui, deu tudo certo, mas, aos 39 anos, parece que não dá mais. Eu não penso em aposentadoria agora, não posso me aposentar agora, amo o que eu faço. Eu reavaliei, preciso estar mais centrado, mais organizado e pegar luta com um pouco mais de tempo. Agora mais velho, só se coincidir de eu estar muito bem treinado e aparecer uma luta que seja muito boa para mim. Se não, preciso de tempo, seis semanas para o camp e tudo mais”, concluiu.
Ao longo da carreira profissional no MMA, Maldonado somou, até então, 25 triunfos e 13 derrotas. Já no boxe, modalidade em que ele atua como peso-pesado, o ‘Caipira de Aço’ possui um cartel de 26 vitórias – 25 delas por nocaute – e três derrotas.