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Faber faz campanha de arrecadação de fundos para cirurgia cerebral de lutador com doença rara

Urijah Faber é um dos líderes da ‘ Team Alpha Male’, academia de Vince Murdock – Diego Ribas

Depois de realizar 16 combates como profissional de MMA, Vince Murdock havia conseguido, enfim, a tão sonhada vaga no Ultimate. No entanto, o que estava por vir não estava nos planos do americano. Escalado para fazer seu debute no UFC Minneapolis, no dia 29 de junho, o peso-pena (66 kg) foi obrigado a se retirar do card pelos médicos da companhia, que o alertaram para um possível problema no cérebro. E, após realizar diversos exames, o atleta da ‘Team Alpha Male’ foi diagnosticado com uma doença rara, que necessita de intervenção cirúrgica o mais breve possível. Como o valor da operação é alto, Urijah Faber, líder da equipe e amigo do lutador, iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para que seu companheiro possa tratar a patologia.

‘Moyamoya’ é uma condição neurológica rara, normalmente encontrada em crianças pequenas. Uma vez contraída, a doença faz com que artérias carótidas internas de um paciente tornem-se estreitas, resultando em fluxo sanguíneo limitado ao cérebro. Se não for tratado com urgência, a vítima terá um alto risco de sofrer um derrame e, até mesmo, vir a óbito.

“Eu apenas continuei acreditando que cada resultado de teste me diria: ‘está tudo bem com você e seu corpo’. Mas esse não foi o caso. Me disseram que eu tenho Moyamoya e fiquei tipo: ‘Que m***, o que isso significa?’. Eles disseram: ‘Cirurgia no cérebro é a única forma de concertar isso’. E foi nesse exato momento que caiu a ficha para mim. Durante todo esse período estava torcendo para que nada disso acontecesse”, desabafou o lutador, em entrevista ao site ‘MMA Fighting’.

Após ter sido diagnosticado, Vince ouviu que sua carreira no MMA havia acabado. No entanto, inconformado, o peso-pena americano não desistiu de lutar pela sua paixão e buscou outro médico para comparar as opiniões dos profissionais. Foi quando Murdock encontrou o Dr. Steinburg, especialista em doenças cerebrais da Universidade de Stanford, que lhe deu uma luz no fim do túnel.

“Falei para eles: ‘M***, vocês provavelmente nunca competiram um dia na vida. Não falem sobre a minha carreira ou o que devo fazer, porque não quero ouvir. Eles não haviam cogitado cirurgia ainda, pensavam que eu poderia viver com essa condição, mas nunca estaria apto para competir. Fiquei tipo: ‘Não me digam o que fazer’. Foi quando descobri que precisaria de cirurgia, foi quando eu realmente comecei a acreditar nisso. Tipo: ‘Olha, quem no mundo luta com uma cirurgia no cérebro?’. Nunca ouvi falar disso”, admitiu o americano, antes de contar como foi o processo de retomada da esperança.

Foi quando finalmente fui para Stanford porque precisava ouvir uma segunda opinião, e isso me custou umas mil pratas só para falar com o cara. Ele era o mais qualificado e disse: ‘Obviamente, o desfecho da cirurgia é a parte mais importante, mas não teria problema algum em te liberar para competir caso a cirurgia seja um sucesso’. E fiquei tipo: ‘Tem certeza?’. Ele respondeu: ‘Trabalhei com jogadores de futebol americano, atletas de alto impacto, você não estaria em risco algum’. Eu quase beijei o cara depois daquilo”, completou Vince.

Após retomar as esperanças de possivelmente retornar à ativa no MMA, Murdock se considerou sortudo, uma vez que, normalmente, a doença Moyamoya só é diagnosticada quando o paciente sofre um derrame – que não foi seu caso. E após entender um pouco mais sobre sua condição, o lutador começou a compreender situações incômodas que vivia durante sua rotina de atleta profissional.

“O mais estranho é que muitas coisas começaram a fazer sentido. Treinando com frequência, sempre resultava em lesão ou fadiga, sempre me sentia mal porque me cansava mais rápido, o que significa que existia uma demanda maior por sangue no meu cérebro que ele não conseguia prover. E isso me irritava porque eu fazia de tudo, assim como os outros, e me cansava antes. Tive uns sintomas no passado como dormência no braço, no lado direito do corpo – onde os problemas costumam ficar. E fiquei tipo: ‘Uau, agora tudo faz sentido’. É loucura pensar o quão próximo eu estava de algo grave acontecer comigo, e eu nem sabia”, relembrou Murdock.

Portanto, a cirurgia – agendada para o dia 13 de novembro – pode se tornar a solução dos problemas. No entanto, o preço do procedimento é bem elevado. E, por conta disso, Urijah Faber, um dos líderes da academia de Vince e astro do UFC, começou uma campanha de arrecadação de fundos para que o valor seja atingido e, assim, seu companheiro de equipe possa ser atendido.

O preço original da cirurgia é de 390 mil dólares (R$ 1,5 milhão), mas com o suporte da Universidade de Stanford, o procedimento caiu para metade de seu valor – 195 mil dólares (R$ 780 mil). Até então, foram arrecadados cerca de 25 mil dólares (R$ 100 mil). Para doar, basta assistir o vídeo abaixo ou clicar aqui.

“O suporte que eu tive foi providencial, sem isso não sei como alguém conseguiria aguentar algo como isso. Me cerquei de pessoas que genuinamente se importam comigo. E Urijah Faber é uma delas, ele me ajudou com minha mudança em 2011, e desde então se tornou um grande amigo. É uma pena ter que passar por tudo isso, mas estou confiante de que ficarei bem”, concluiu o atleta do Ultimate.

Será um longo caminho até Murdock poder competir novamente. Além de sua cirurgia iminente, ele está atualmente suspenso pela USADA (agência antidoping americana) até 2021, após não divulgar ter feito uso de uma substância proibida (GW1516). Apesar de alegar que tomava o remédio para ajudá-lo a lidar com a fadiga, Vince aceitou o gancho imposto pela entidade, ao admitir que ele é responsável pelo que estava ingerindo.

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