2022 foi um ano atípico nos esportes de combate, com constantes falecimentos de atletas e ex-lutadores. Na última quinta-feira (29), o russo Abdul-Kerim Edilov, que chegou a competir no UFC, ampliou a trágica lista, com apenas 31 anos, mas a causa de sua morte não foi revelada. A informação foi divulgada nos canais do ‘Telegram’ dos grupos ‘1ADAT’ e ‘Niyso’, movimentos de oposição chechenos.
De acordo com os grupos mencionados, não há muitos detalhes sobre a morte de Edilov. No entanto, tais movimentos passaram a destacar a proximidade do russo com Ramzan Kadyrov, ditador checheno. Inclusive, o ex-lutador, que ficou conhecido no MMA como ‘O Leão da Chechênia’, chegou a ser aliado do político e contou com o apoio do mesmo no esporte.
Após nocautear Bojan Mihajlovic em sua estreia no UFC, em 2017, e representar Kadyrov no MMA, Edilov, curiosamente, não atuou mais pela organização e ficou cada vez mais ligado ao ditador e em seus filhos. Tanto que, além de treinador, Abdul-Kerim assumiu seu primeiro cargo no governo da Chechênia, em 2021, ao ser nomeado chefe de gabinete de Ramzan e, meses depois, se tornou vice-primeiro-ministro.
Contudo, o ex-lutador renunciou o cargo em novembro porque, de acordo com relatos, discordava de algumas decisões de Kadyrov. Para agravar a situação, Edilov também se afastou dos filhos do ditador, parando de treiná-los. Tanto que, hoje, quem exerce tal função é o popular Khamzat Chimaev. Com tal distanciamento, Abdul-Kerim optou por parar de realizar aparições em vídeos apoiando o político e seu regime na Chechênia.
Além de atuar no MMA, Abdul-Kerim Edilov, de 31 anos, também lutava boxe. Nas artes marciais mistas, o russo o construiu um cartel composto por 17 vitórias, sendo 16 pela via rápida, e quatro derrotas. Após sair do UFC com apenas um combate realizado e vencido, o ex-lutador focou na nobre arte, disputou quatro confrontos e levou a melhor em todos por nocaute.