Revelado pelo pograma ‘Fantástico’ no último domingo (13), o caso de duas jovens que acusam de estupro Erivan Conceição, ex-treinador da Team Nogueira, ganhou novos elementos nesta segunda-feira. A vítima que optou por não mostrar o rosto e que manteve anonimato durante a matéria exibida na Rede Globo realizou outro Relatório de Ocorrência em que acusa o ex-lutador do UFC Rick ‘Monstro’ de ter mantido relação sexual com ela em fevereiro de 2016, quando ela tinha 15 anos. O caso segue em análise policial.
O documento, obtido pela reportagem da Ag. Fight, aponta que o atleta Richardison Andrigo Moreira a teria levado para seu próprio apartamento após ambos consumirem bebidas alcoólicas e, no local, ela teria perdido a virgindade. O ato em si viola o artigo 217-A, estupro de vulnerável, em que “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos” pode render pena de reclusão de oito a quinze anos – além disso, o texto da lei também fala que “incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas com alguém que (…) não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A suposta vítima afirma ter feito uso de álcool.
Questionado pela reportagem, o atleta de 35 anos afirmou que, na verdade, manteve uma relação afetiva consensual com a jovem, além de negar uso de bebidas alcoólicas conforme a jovem relatou. De acordo com o seu relato, tudo ocorreu antes mesmo de seu vínculo trabalhístico com a empresa ser estabelecido, configurando, assim, um caso entre dois atletas do mesmo time.
“Quando eu fui na delegacia, não me chamaram como réu, me chamaram como testemunha porque não tem muito nexo o que está escrito ali. Tive um envolvimento com ela, que tinha 16 anos, era atleta e eu era atleta. Não tinha vínculo nenhum com a Team Nogueira de trabalho. Eu era um atleta que estava ali treinando, acabou que teve um envolvimento entre a gente, uma coisa muito normal. Se você ver o depoimento dela, não fala que eu usei de força, fala que eu não forcei nada. As coisas realmente aconteceram, aconteceu de um jeito normal. Acho que são dois casos bem diferentes um do outro. A data também não condiz com a minha data de contratação (na Team Nogueira). Quando o Rogério (Minotouro) perguntou, não menti, falei: ‘Realmente quando eu era atleta houve, deixo você confortável, se achar que pode prejudicar, pode me demitir da empresa’”, afirmou o ex-participante do TUF Brasil 3.
Um dos responsáveis pela equipe Team Nogueira, Rick ficou afastado das competições por quatro anos e retornou ao octógono apenas em julho deste ano, quando venceu Marcus Vinícius por decisão dividida no Taura MMA 6. Na ocasião, no dia 5 daquele mês, o atleta já havia sido desligado da função de coordenação e, de olho em retormar a carreira de competidor, garantiu vaga no card do mesmo evento no dia 24 de novembro.
“Apesar de ser um cara muito coerente com as minhas coisas, a gente não está falando de uma criança. Apesar dela ter 16 anos (na época), é uma menina que treinava, estudava de noite, já tinha outros envolvimentos. Então, foi uma coisa que aconteceu. Se está errado ou não, se foi um erro meu, não tem problema nenhum, vou assumir meu erro. Mas em nenhum momento eu forcei, em nenhum momento usei de força, em nenhum momento dei bebida alcoólica, em nenhum momento a mãe dela não sabia. Foi tudo conforme manda o figurino. Não induzi nada, não tinha poder de nada sobre ela. Foi assim que aconteceu. Só pegar minha idoneidade na minha vida inteira. Realmente aconteceu porque aconteceu, foi uma coisa de homem e mulher e acabou rolando. Estou muito tranquilo. Estou tão tranquilo que nem advogado tenho porque acho que não preciso, não fiz nada de errado”, finalizou.
Líder da equipe e também atleta do UFC, Rogério ‘Minotouro’ se limitou a fornecer uma foto do contrato de trabalho do time com o lutador. No registro, a data de admissão aponta para julho de 2016, cinco meses depois do suposto crime cometido e detalhado no Relatório de Ocorrência – aqui há um conflito de informações, uma vez que a jovem afirma que Rick era diretor do Instituto Nogueira. Já em março de 2019, período em que as acusações foram prestadas, o atleta foi demitido da empresa.
De acordo com o relato policial, o crime “teria ocorrido no mês de fevereiro do ano de 2016, no Recreio dos Bandeirantes, sendo o autor do fato Richardison Andrigo Moreira, também conhecido por ‘Rick Monstro’. Segundo relatos da vítima, na época, a mesma possuía 15 de idade e após o consumo de bebida alcoólica teria sido levada por ‘Rick Monstro’ ao apartamento deste, onde teria perdido a virgindade. E nada mais”.