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Ex-campeão do Bellator minimiza ‘anonimato’ no Brasil e descarta ida para o UFC

Dudu encara Archuleta no próximo dia 14, em Nova York – Divulgação/Bellator

Eduardo Dantas é um nome pouco conhecido para grande parte do público brasileiro. Ex-campeão do Bellator — segunda maior organização de MMA do planeta —, ‘Dudu’ compreende que lhe falta reconhecimento no Brasil, mas atribui a situação ao baixo investimento que a organização realiza em publicidade no país — justamente o oposto do que é feito pelo UFC. Mas, se não há tanto dinheiro para divulgar a companhia, há para os lutadores. Assim, o ex-detentor do cinturão dos galos (61 kg) afirma não ter mais interesse em migrar para o Ultimate.

Maior concorrente do Ultimate, o Bellator cresce em importância a cada ano. Prova disso é que no dia 14 de junho, em Nova York (EUA), a organização promoverá um evento com dois atletas que fizeram história no Ultimate, mas optaram por encerrar a carreira na companhia comandada por Scott Coker: Lyoto Machida e Chael Sonnen. Também escalado para este show, Dudu explicou, em entrevista exclusiva à Ag. Fight, o que diferencia as duas empresas e por que não se incomoda quando não é reconhecido no Brasil.

“Eu não acredito que tenha um grande abismo, acho que a grande diferença é o marketing do Bellator aqui. A grande diferença é entre o marketing do Bellator e do UFC no Brasil. Por isso que os atletas do Ultimate são muito mais conhecidos por aqui. (…) Então, isso facilita para eles em relação a patrocinadores no Brasil”, opinou.

“Nos Estados Unidos, em qualquer lugar que eu vá, sempre tem pessoas reconhecendo, pedindo para tirar foto… Em qualquer lugar dos Estados Unidos. Então, acredito que seja algo mais aqui no Brasil. Mas é algo que não me afeta, então, para mim, não faz diferença”, completou.

Uma vaga no UFC ainda é o sonho da maior parte dos praticantes de MMA. Apesar disso, ‘Dudu’ conta que esse desejo não faz parte dos seus planos há tempos. E um dos motivos para isso é a questão financeira, já que, desde 2014, o Ultimate possui um acordo de exclusividade com a Reebok. Com isso, diferentemente do que ocorre no Bellator, os lutadores da organização comandada por Dana White não podem exibir outras marcas durante os eventos, restrição que limita o potencial de faturamento dos atletas, conforme destacou o carioca.

“Há muito tempo eu disse isso (que sonhava em lutar no UFC), porque o UFC tinha virado uma febre no Brasil. Então, você via o quanto os atletas ganhavam e isso mexia com a cabeça. Isso em 2011, 2012, por aí. Mas o tempo foi passando e se tornou justamente o contrário. Hoje em dia, qualquer atleta que estuda e pesquisa sobre o mundo do MMA consegue ter ideia da diferença entre o Bellator e o UFC. Então, para mim, essa vontade de ir para o UFC já passou há muito tempo. Até porque, no Bellator, em relação a pagamentos, à popularidade nos EUA, à competitividade entre os atletas, o nível aumentou absurdamente. Não deixa nada a desejar para o Ultimate”, ressaltou Dudu.

“As pessoas que chegam até mim no Brasil e dizem que o sonho é ir para o UFC. (…) Então, eu questiono: ‘Você sabe quanto um atleta ganha até se tornar um campeão?’ O que ele passa, o que tem que ganhar, como eles vivem… Porque no Brasil temos muitos atletas que lutam no UFC e passam por muitas necessidades — financeiramente falando. Tirando os atletas campeões, muitos atletas que têm lutas ou já passaram pelo UFC passam necessidades financeiras. Muitos atletas não sabem disso. Eles vêm com o sonho, achando que o é o topo do mundo, mas eles estão enganados. (…) Isso tudo porque o UFC monopolizou no Brasil. Então, tudo o que acontece de MMA no Brasil, a pessoa acha que tem a ver com o UFC”, apontou.

No Bellator 222, show que será realizado no ginásio do ‘Madison Square Garden’, Dudu volta à ação contra o americano Juan Archuleta. O ex-campeão dos pesos-galos competirá em Nova York na categoria dos penas (66 kg), oportunidade que ele celebrou por ter que cortar menos peso. Apesar disso, o carioca ressaltou que a sua pretensão é retornar para a sua divisão de origem e reconquistar o cinturão que perdeu em outubro de 2017 para Darrion Caldwell.

“Tenho me dedicado muito, acabei aceitando a luta praticamente faltando um mês para a luta. Mas uma das pequenas metas que coloco na minha vida é: ‘Se não sou o campeão, eu pretendo me tornar o campeão’. Então, estou sempre treinando. Sei que a qualquer momento poderia aparecer uma oportunidade. E esta era uma que eu já esperava. Já estava treinando, mas não imaginei que me chamariam tão em cima da hora. Mas me chamaram para a categoria acima, então para mim foi melhor, porque não teria que perder tanto peso e focar minha mente para a perda do peso, poderia focar só nos treinos. Então aceitei, até porque é um cara que eu já queria enfrentar”, declarou.

“É um cara que tem 17 vitórias consecutivas, bem duro, que vem do wrestling. O ponto forte é a força e resistência. Pelo tipo físico, você vê que ele não cansa, que está sempre fazendo muita força. Mas é novo ainda, tem pouca experiência, apesar das vitórias contra caras que não tem o mesmo nível de um evento internacional como o Bellator. (…) Ele só tem quatro lutas no Bellator, não pegou nenhum top 10 do mundo, top 5. É um cara duro, jamais irei subestimar o Juan (Archuleta), mas ele vai lutar contra um cara que está faminto, que foi duas vezes campeão mundial e será pela terceira vez campeão mundial”, concluiu.

Aos 30 anos, Dudu Dantas soma um retrospecto de 21 triunfos e seis derrotas como atleta profissional de MMA. Já Juan Archuleta, um ano mais velho, soma 21 resultados positivos e apenas um negativo em seu cartel como lutador de artes marciais mistas.

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