‘Dudu’ Dantas vivia o auge da carreira profissional no MMA em 2012, quando havia acabado de conquistar o cinturão dos pesos-galos (61 kg) do Bellator. Deste modo, na ocasião, ele não viu problemas em enfrentar o até então desconhecido Tyson Nam no ‘Shooto Brazil 33’, evento promovido no país pelo seu treinador e empresário, Dedé Pederneiras. No entanto, uma derrota no primeiro round frustrou os planos do atleta da academia Nova União, conforme ele recordou em entrevista à Ag. Fight.
Escalado na luta principal para dar visibilidade ao evento, Dudu era o favorito no duelo contra o americano. Conforme o previsto, o brasileiro começou melhor o embate e, ao ver uma brecha do rival, partiu para cima com o objetivo de definir a luta. Porém, ao emendar uma sequência de golpes, ele foi surpreendido por um cruzado de direita certeiro que o levou à lona e fez com que o juiz encerrasse o combate, para a frustração da torcida presente no Batalhão da Polícia de Operações Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro.
“Daquela vez, só aceitei a luta porque estava há muito tempo sem lutar. E, quando você fica muito tempo sem lutar, fica com a necessidade de querer competir. É do atleta. Por exemplo, o atleta treina sempre. Se eu não competir — eu sou um cara muito competitivo — , não lutar, fico desanimado. Fico sem vontade de treinar… Então, procuro sempre sair da minha zona de conforto. E, dessa vez, eu estava havia mais ou menos seis ou sete meses sem lutar. (…) Aí o Dedé falou: ‘Vou fazer um evento com patrocínio do Governo do Estado e vou conseguir um bom dinheiro e te dar um boa bolsa, você aceita?’ Aí o Bellator me liberou e eu aceitei. Eu tinha 22 anos na época, doido para lutar e aceitei. Aí, aconteceu aquilo”, explicou, antes de contar mais detalhes sobre os bastidores do evento.
“Aconteceram muitas coisas antes da luta também que acontecem em eventos nacionais que não são do nível do Bellator. Por exemplo, quando eu estava na concentração, tiveram três pessoas que vieram me entrevistar, três televisões do Brasil. E isso faz muito mal ao atleta, desconcentra o atleta completamente, fazendo perguntas que não tinham nada a ver com o momento. Perguntas sobre o futuro, como era lutar contra um cara que era meu amigo… Enfim, acabou me desconcentrando completamente e até me irritando. Teve um cara que fez uma pergunta e eu não tinha a resistência que tenho hoje, então deixei me levar, então fiquei p*** com o cara ali na hora da entrevista”, revelou.
Hoje, sete anos depois, Dudu vive uma situação diferente. Ele agora busca recuperar o cinturão que perdeu em outubro de 2017, após ser superado por Darrion Caldwell. E, para isso, terá que retomar o caminho das vitórias, já que sucumbiu também diante de Michael McDonald em seu último desafio na organização. No evento do próximo sábado (14), em Nova York (EUA), Dudu enfrentará Juan Archuleta.