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Empresário justifica trilogia entre ‘Shogun’ e ‘Minotouro’: “Faz sentido do ponto de vista histórico”

Maurício ‘Shogun’ encara Rogério ‘Minotouro’ no UFC 250 –  Leandro Bernardes/PxImages

Protagonistas de duas batalhas históricas, uma pelo Pride e outra pelo Ultimate, Maurício ‘Shogun’ e Rogério ‘Minotouro’ têm novo encontro marcado para o dia 9 de maio, no UFC 250, em São Paulo. O terceiro duelo deverá marcar, além da trilogia entre duas lendas do MMA nacional, a despedida do baiano, que já antecipou que pretende se aposentar após esse confronto. E ainda que muitos questionem a relevância da luta para o curitibano, por ele ter saído vencedor nos dois primeiros combates, Eduardo Alonso – empresário do lutador – justificou o acordo firmado e explicou as motivações que levaram seu cliente a aceitar a peleja.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight em Brasília, onde acompanhava Demian Maia, lutador também agenciado por ele, o empresário admitiu que inicialmente a oferta de enfrentar ‘Minotouro’ pela terceira vez, ainda mais por ‘Shogun’ já tê-lo vencido nas duas primeiras oportunidades, não fazia parte dos planos do lutador curitibano. Porém, a insistência do rival e a incerteza sobre o futuro do ex-campeão meio-pesado (93 kg) do UFC foram primordiais na mudança de pensamento. Além disso, Alonso apontou para o fato de Maurício poder voltar a medir forças com um atleta renomado e de faixa-etária similar à sua como um incentivo, já que ultimamente o veterano, de 38 anos, acumulou adversários mais jovens e que, segundo ele, queriam “fazer o nome” em cima do brasileiro.

“De verdade, eu não esperava essa luta nessa fase da carreira do Maurício, o próprio Maurício também não esperava. Mas se você parar para lembrar, é uma luta que o Rogério vem pedindo constantemente, eternamente. Quando teve a primeira, ele pediu a segunda, quando teve a segunda, ele pediu a terceira. Particularmente, a gente se dá bem com o Rogério e com o Rodrigo (Minotauro), não temos problema nenhum com eles. Da nossa parte já não existe essa necessidade de se provar, já é uma coisa superada. A gente até brinca: ‘Se o Rogério ganhar agora, vai ter mais uma? Mais duas? É melhor de cinco?’. Se fosse o inverso, ele daria a revanche? Mas a gente também não pode especular porque a gente não sabe a cabeça do cara. O que eu acho é que ele é um cara duríssimo. É uma luta interessante porque faz sentido do ponto de vista histórico”, ressaltou Eduardo Alonso, antes de continuar.

“Se você parar para pensar, são dois veteranos. Então, ao invés da gente pegar um garotão, de 25 anos, voando, que não tem nome, que só quer fazer o nome em cima do Shogun, e a gente não tem absolutamente nada a ganhar, acho que é uma luta mais justa (contra o Rogério). Claro que já tendo duas vitórias, não é o ideal. Normalmente se você já ganhou de um cara duas vezes, você não tem o porquê se colocar em uma situação de risco, mas a gente vinha conversando com o UFC , não tinha chegado ainda em um consenso sobre algum nome para o Maurício lutar. A gente estava em uma situação também de final de contrato. Ainda não sabemos se o Maurício vai querer prolongar muito a carreira ou não. O que eu posso dizer ao certo é que essa não é a última luta do Maurício, mesmo que seja a última do Rogério. Mas quantas lutas ele ainda vai fazer, a gente ainda não tem certeza. Vai depender da performance e tudo mais. Acho que é uma luta que tem o interesse dos fãs hardcore, dos fãs antigos, tem uma memória afetiva envolvida”, explicou o empresário.

Vindo de empate contra Paul Craig em sua última apresentação, em novembro do ano passado, em São Paulo, ‘Shogun’ deve ter ainda um reforço de peso para buscar a terceira vitória diante do compatriota. De acordo com Eduardo Alonso, Rafael Cordeiro – treinador do curitibano por longos anos na ‘Chute Boxe’ e atual líder da equipe ‘Kings MMA’ – poderá estar presente no córner do ex-campeão do UFC, já que o peso-pesado Fabrício Werdum, seu aluno, também tem luta marcada para o card do UFC 250. O reencontro com o antigo mestre pode ajudar Maurício técnica e psicologicamente, segundo o empresário, já que Cordeiro esteve presente nos dois primeiros confrontos entre os veteranos, rivais desde os tempos de ‘Pride FC’.

“A gente vai ter a oportunidade, se Deus quiser, de ter o Rafael Cordeiro no córner para essa luta, uma vez que o Werdum luta no mesmo card. Então, eu acho que a gente vai conseguir, como em Fortaleza, na luta com o Villante, esse intercâmbio na reta final, que é muito bom para o emocional do Maurício, e para a parte técnica também. Nas duas vezes que o Maurício lutou com o Rogério, o Rafael estava com ele no córner. Então, eu tenho a expectativa de uma vitória, respeitando o Rogério, e eu acho que é um bom momento para que o Maurício possa dar um prosseguimento para essa reta final de carreira dele. E acho que o UFC deveria olhar com mais carinho essas lutas que fazem sentido. Você ter veteranos se enfrentando, por que não? Se tem interesse do público. Por que toda vez você tem que botar um veterano contra um cara novo?”,questionou Alonso.

Ex-campeão do GP peso-médio do Pride e meio-pesado do UFC, Maurício ‘Shogun’ soma 26 vitórias, 11 derrotas e um empate em seu cartel. Por sua vez, Rogério ‘Minotouro’ acumula 23 triunfos e nove reveses em sua carreira no MMA profissional. O baiano ainda conquistou uma medalha de bronze, competindo no boxe amador, nos Jogos Pan Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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