Com sete vitórias seguidas e mais de três anos de invencibilidade, Elizeu ‘Capoeira’ estava no seu melhor momento da carreira dentro do Ultimate. Porém, em agosto deste ano, o brasileiro foi superado pelo chinês Li Jingliang, no UFC China. Ter interrompido este momento poderia mexer com o psicológico do lutador, mas não foi o que aconteceu. Três meses após sua última apresentação, o peso meio-médio (77 kg), consciente dos seus erros, afirmou que este tempo longe das competições o fez enxergar o que precisa evoluir e adiantou que vai incluir novidades em seu jogo.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Capoeira’ fez uma autocrítica e disse que pretende voltar as suas origens nos seus próximos compromissos no octógono. Além disso, o lutador fez questão de enaltecer a qualidade de treinos que sua equipe, a ‘CM System’, lhe oferece e adiantou que o público, daqui para frente, verá um novo lutador em ação.
“Cada luta você aprende um pouco com os erros. Acho que é voltar a minha base (a capoeira). Acredito que não me prejudique (perder a sequência de vitórias). Vejo pelo lado bom, porque agora tenho uma outra forma de pensar onde eu poderia evoluir, me preparar novamente e aprimorar, porque na sequência de luta atrás de luta você acaba não focando nessas situações. Agora tenho muito mais tempo de evoluir e colocar novas armas no meu jogo. É saber aproveitar esse período e estou tirando muitas coisas boas disso. O melhor de tudo é ter pessoas ao lado que tirem meu melhor e tenho isso de sobra na minha equipe. A tendência agora é só crescer”, afirmou.
Apesar de nos últimos anos ter uma média de dois combates, Elizeu afirmou que em 2019 sua ideia era atuar mais uma vez. Ciente de que os próximos eventos estão praticamente com os cards fechados, o paranaense não descartou substituir algum atleta lesionado, já que, segundo ele, manteve seu período de treinamentos normalmente.
“A verdade é que eu gostaria ainda de lutar neste ano. Nunca deixei de treinar forte, sempre me mantenho ativo, treinando com meus companheiros que possuem lutas, então o nível de atividades é alto. Aproveito para ajudá-los e também me aprimorar mais. Se for esse mês ou o que vem, estarei preparado. Se aparecer alguma oportunidade, vou agarrar. Mas caso não aconteça, em janeiro ou fevereiro do ano que vem, no máximo, quero lutar”, admitiu.
Esta sexta-feira (8) é uma data especial na carreira de Elizeu ‘Capoeira’. O meio-médio completa 10 anos desde sua estreia no MMA profissional, quando na época nocauteou Douglas Jandozo, no evento chamado ‘G-1 -Open Fight 7’. Ao comemorar este dia marcante, o brasileiro exaltou sua trajetória para chegar ao Ultimate, além de valorizar ter acompanhado de perto a evolução que a modalidade teve, desde os tempos do ‘Vale-Tudo’ até os dias atuais.
“Nosso esporte é algo que vem evoluindo a cada dia, cada ano você vê uma diferença na qualidade do atleta. Eu consegui pegar um MMA raiz e toda a evolução que teve até agora, que é mais inteligente, estratégico. Antes era mais porrada (risos). Saber que pude acompanhar toda a evolução foi difícil, porque sempre passamos por dificuldades. Mas isso te torna mais forte. Optei por lutar MMA para mudar minha vida. Tinha isso como objetivo. Então ninguém me obrigou e trabalhar naquilo que gosta, ninguém te faz desistir. Não tem nada que eu me arrependa”, completou.
No Ultimate desde 2015, Elizeu soma sete vitórias, sendo três por nocaute e uma por finalização, e apenas duas derrotas. Sua última luta aconteceu em agosto deste ano, em revés para Li Jingliang.