Dourado ao lado de sua mulher, Denise, também praticante de jiu-jitsu Arquivo pessoal
Quando se fala de Marcelo Dourado, grande parte do público pensa logo no participante do Big Brother Brasil que venceu a décima edição do programa. No entanto, o lutador gaúcho tem grande importância na ajuda da propagação do jiu-jitsu. Com títulos brasileiros com e sem quimono, além de grandes participações nos mundiais na categoria master, nos quais já conquistou uma prata e um bronze, o lutador deu sua visão sobre o atual momento da arte suave e sua evolução no país. Além disso, destacou projetos pessoais, como aulas online durante o período de quarentena devido à pandemia de COVID-19, e, é claro, seu palpite sobre quem vai vencer a vigésima edição do BBB e a sua torcida.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o também professor da arte suave valorizou a importância de se manter ativo nesse momento de quarentena. Por isso, desenvolveu um programa de treinamentos para quem acessá-lo possa fazer atividades em casa e com resultado a curto prazo. Segundo Dourado, com as pessoas não podendo sair de casa, por recomendação dos órgãos de saúde, a prática de exercícios é essencial para minimizar o estresse e mantê-las com o foco em algo saudável.
“Tenho alguns alunos que faço consultoria online, mas como teve uma demanda bem grande, passei uns exercícios para uma plataforma e selecionei alguns que tragam mais resultado, mas sem risco, como de força, emagrecimento. É mais para as pessoas que querem começar ou fazer treinos diferentes. Fiz esse projeto para atingir mais pessoas. Além disso, estou dando aulas no meu ‘Instagram’, faço uma live todo dia às 20h para quem não está com grana e quer aprender um pouco mais. Nesse período que estamos vivendo, é importante demais fazer exercício para diminuir a ansiedade, prestar mais atenção nos movimentos e esquecer os problemas. Isso ajuda muito o foco e a não se precipitar. É como na arte marcial. Se não está concentrado, pode ser nocauteado, finalizado”, disse o lutador, que admitiu que faz atividades em casa ao lado de sua mulher, Denise Coutinho, faixa-azul de jiu-jitsu.
A pandemia de coronavírus, que atinge o mundo, também atrasou os planos de Dourado de propagar ainda mais o jiu-jitsu pelo Rio de Janeiro, cidade onde mora atualmente. No fim de 2019 foi implementada uma ideia de colocar a arte marcial na grade de educação física das escolas municipais. Marcelo Dourado estava escalado para cumprir essa missão na zona oeste da cidade e destacou sua empolgação para essa etapa na vida. No entanto, com os fechamentos das escolas, esse projeto está sob risco de ser cancelado.
“Eu estava até em um projeto da prefeitura do Rio de Janeiro de todos os sábados levar o jiu-jitsu para os alunos da rede municipal. Íamos começar a colocar o jiu-jitsu nas escolas, botá-lo no currículo da educação física, dar faixa. Aí sim o aluno ganha nota. Não seria como agora que mandam eles correrem na quadra e dão notas. Seria mais por merecimento e eles iam evoluindo. Infelizmente tivemos que parar pro causa da pandemia e vamos ver se iremos continuar, porque esse ano ainda tem eleição. Na nossa política ninguém aproveita a ideia do outro, quer logo encerrar para colocar a sua ideia”, afirmou o lutador, emendando sobre o papel fundamental do faixa-preta nesse momento delicado no Brasil de quarentena.
“Aprendi no judô, que é rígido, que não pode chegar atrasado, o quimono tem que estar limpo, unhas cortadas, não pode falar durante o treino, tem a hora certa de falar com o mestre. Tudo isso faz a cabeça trabalhar melhor e a arte marcial tem esse papel, de acolhimento das pessoas. Acho que o bom exemplo do faixa-preta hoje em dia é estar em casa, não dar escapadinha para treinar e correr. Ele tem que ser o primeiro a mostrar que consegue ficar em casa. Tem que ser o exemplo. Puxar a família para treinar, fazer treinos online”, contou.
BBB 20 e a torcida do campeão da décima edição
O ano de 2020 também tem marcado uma grande edição no Big Brother Brasil. Essa experiência já foi vivida por Dourado em duas ocasiões – a última, em 2010 – quando sagrou-se campeão em um programa marcado por recordes de votação. Com o status de campeão, o gaúcho revelou que acompanhou mais a reta final desse programa, mas já apontou qual ‘brother’ ganhou sua torcida e explicou o motivo disso.
“Não estava acompanhando no início, porque estava na Rússia e não tinha acesso. Quando voltei, como não tinha muita coisa, me envolvi com o programa. Gostei muito do jogo do Babu e estou torcendo por ele. Vejo ele com chances de ganhar, apesar de hoje em dia ter muito fãs clubes desses influencers. Mas o BBB é um monstro que ninguém controla. Nem o Boninho, nem a Globo. É muito mais a torcida. Tem muita gente que não faz parte desses fãs clubes e vai votar. Vários recordes foram quebrados, mais de 1 bilhão de votos. É muito amor do brasileiro”, explicou, antes de comentar sobre uma comparação entre ele e Felipe Prior.
“Vi que colocaram alguns ‘novos’ Dourados. Não gosto de comparações, mas acho legal o carinho do público de lembrar de mim. Não vi a participação dele (Prior). Quando cheguei ele estava quase eliminado já. Eu brincava mais no twitter, essas coisas. Quando vi gostei do Babu, um cara que gosta de história, filosofia, abordar causas sociais, conversar. No BBB eu gostava de falar sobre isso. Não sei nada de celebridade, vida de artista. Acho que a maior parte do que estão lá eu nem falaria. Por isso minha torcida pelo Babu, que tem essa malandragem de rua, formação na rua, como eu tive, com conceitos de sobrevivência, de grupo, fidelidade, amizade”, finalizou o professor.