A saída repentina de Amanda Nunes da ‘American Top Team’, academia pela qual atuou nos últimos seis anos, para montar sua própria equipe pegou grande parte da comunidade das lutas de surpresa. Como era de se esperar, o fato também gerou a dúvida sobre em que termos teria ficado a relação da lutadora com os membros de seu antigo time após a separação. Mas, ao que tudo indica, a ‘Leoa’ segue com as portas abertas no local que a ajudou a conquistar as maiores glórias de sua carreira e a viu se consolidar como um dos principais nomes da história do MMA feminino.
Em entrevista ao site ‘MMA Junkie’, Dan Lambert – dono da ‘ATT’ – preferiu evitar as polêmicas e tratar com naturalidade a decisão de sua antiga atleta. O empresário norte-americano ainda sugeriu que a opção da ‘Leoa’ por criar sua própria equipe pode estar diretamente relacionada com seus planos para depois da aposentadoria, já que a própria campeã peso-pena (66 kg) do UFC não esconde o desejo de se tornar treinadora no futuro.
“Desde que seja um bom encaixe para nós e um bom encaixe para o lutador, nós fazemos grandes coisas juntos se pudermos. Se já não é mais um bom encaixe para nós ou para eles, e alguém tem que seguir em frente, nós temos uma política de portas abertas. Se alguém não quer estar na academia, eles não vão estar na academia. Amanda decidiu que queria começar seu próprio local e ser uma treinadora, talvez estabelecer algo para sua carreira pós-luta. Eu apoio isso e espero que ela se saia bem”, comentou Dan Lambert, antes de continuar.
“Quando alguém faz sua última luta e deixa suas luvas no cage, só porque você não pensa mais neles como um fã, isso não significa que eles não precisam pensar no resto da vida deles. Você sabe, o que eles deveriam fazer? Apenas sentar em casa o dia todo? Você tem que fazer algo e se manter ocupado. Mãos ociosas são as mãos do diabo, então se ela tem alguma ideia do que quer fazer, para se preparar para quando ela parar de lutar, mais poder para ela. Desejo o melhor para ela”, concluiu o dono da ‘American Top Team’.
A decisão de deixar a academia baseada na Flórida (EUA) para dar início ao projeto de ter uma equipe própria veio poucas semanas após Amanda ser derrotada por Julianna Peña no UFC 269, em uma das maiores zebras da história do esporte, e, consequentemente, perder seu cinturão peso-galo (61 kg). Apesar disso, a ‘Leoa’ – em declarações recentes – descartou ter se baseado na derrota ao optar por sair da ‘ATT’ e alegou que abrir seu próprio local de treinamentos era um desejo antigo.
A brasileira ainda deixou claro – como Lambert sugere – que a vontade de se tornar treinadora e de ter um espaço mais privativo para exercer seu trabalho foram fatores fundamentais em sua decisão. De acordo com Amanda, até mesmo pelo interesse em manter um time mais enxuto, sem tantos atletas profissionais e sem ser aberto ao público, a intenção de sua academia não será competir com sua antiga equipe. Até mesmo por isso, a ‘Leoa’ considera que a ruptura com a ‘ATT’ não deixou nenhum ressentimento e que mantém da equipe abertas.