Um verdadeiro conflito de gerações comandou a noitada de boxe em Las Vegas (EUA) neste sábado (20). De um lado, o veterano Manny Pacquiao, aos 40 anos, lutava pela unificação dos cinturões dos meio-médios da WBA (Associação Mundial de Boxe). Do outro, o invicto Keith Thurman, dez anos mais novo, buscava vencer o lendário atleta filipino e provar que era chegada a sua hora de enfrentar os principais nomes do esporte.
No entanto, nem mesmo os 12 rounds disputados foram capazes de definir com clareza qual atleta merecia descer do ringue com o status de melhor pugilista da noite. Tanto que Pacquiao foi apontado vencedor por decisão dividida, muito provavelmente graças a um knockdown anotado no assalto inicial e ao castigo imposto do round de número 10, quando obrigou o rival a sair fugindo pelo ringue para não ser derrubado com os potentes cruzados lançados na linha de cintura.
Por outro lado, tirando o início volumoso e momentos de genialidade do filipino no final do confronto, Thurman provou ser um rival de igual poder de fogo. Dono de habilidoso jogo de pernas, o americano dominou com folga alguns dos rounds intermediários e certamente venceu o último, fato que, ao ser levado para o papel, torna a tarefa de pontuar o confronto quase que uma indelicadeza – dessas que apenas o esporte é capaz de proporcionar.
Com duas vitórias na temporada 2019, Pacquiao declarou, ainda no ringue montado no ginásio do Hotel Cassino MGM Arena, que só retorna ao ringue em 2020. Com 62 vitórias e sete derrotas no currículo, além de dois empates, o filipino agora viaja para o seu país para cumprir suas funções como Senador, para só então voltar a pensarem competir.
E caso seu desejo de se testar diante da nova geração ainda persista, apenas na sua divisão até 66,7 kg dois nomes de atletas invictos ganham destaque: Errol Spence Jr., campeão da IBF (Federação Internacional de Boxe), e Terence Crawford, dono do cinturão da WBO (Organização Mundial de Boxe), parecem prontos para disputarem os holofotes com Pacquiao.