Sheymon Moares vem embalado por vitórias no octógono do UFC – Diego Ribas
Na época de colégio, bem antes de se tornar atleta do UFC, Sheymon Moraes já era incentivado por seus pais a praticar esportes de combate para acalmar os ânimos. Anos mais tarde, na maior liga de MMA do planeta, ele terá nova chance de mostrar justamente o contrário, sua agressividade. Diante de Sodiq Yusuff no próximo sábado (30), na Philadelphia (EUA), o brasileiro mira acabar com o jejum de nocautes que o acompanha no octógono mais famoso do mundo.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Sheymon garantiu que buscará o nocaute contra Yusuff. A última vez que ele venceu pela via rápida foi em dezembro de 2015, quando ainda era integrante de outra organização de MMA, a extinta WSOF. Agora no UFC, ele tentará colocar em prática o seu muay thai afiado e encerrar a luta antes do final dos três rounds previstos. Apesar disso, o atleta criado em Niterói ressalta que a sua prioridade é a vitória, seja ela como for.
“Sempre busquei o nocaute, desde a minha primeira luta. Às vezes o nocaute não acontece e eu estou preparado para todas as áreas. Dessa vez, não é diferente: quero nocautear, sinto fome de nocaute. Faz bastante tempo que não nocauteio, mas estou preparado também para finalizar ou fazer uma luta por pontos. Eu estou na minha melhor fase, então vocês vão ver o melhor Sheymon no sábado”, projetou o lutador, em tom de empolgação.
Ao recordar do seu início nas artes marciais, Sheymon revelou que seus pais incentivaram a prática esportiva após ele se envolver em confusões com colegas na escola. Como já tinha experimentado um pouco do mundo da luta desde bem jovem, ele aproveitou a oportunidade para aprimorar a técnica de combate e começar a competir. E hoje pode utilizar na maior organização de MMA do planeta um pouco do que aprendeu nos treinos e campeonatos de judô e muay thai.
“Comecei a treinar muay thai e kickboxing com o Heggas Zulu quando tinha 14, 15 anos, foi meu primeiro treinador. Mas o começo mesmo foi quando comecei a acompanhar meu irmão mais velho, que sempre treinou capoeira, caratê… E eu novinho, com três, quatro anos, sempre acompanhava ele. Com seis anos comecei a treinar judô, a competir, a pegar gosto. Aos 13 parei com o judô porque quebrei o braço, mas eu sempre briguei na rua. Sempre briguei no colégio, então meus pais me botaram para jogar bola e treinar artes marciais para eu poder me acalmar um pouco”, revelou, antes de se explicar melhor e contar sobre o começo da carreira.
“Eu não procurava briga. Só não levava desaforo para casa. Pisavam no meu calo e, ao invés de eu reclamar para os outros, eu resolvia da minha forma. E depois quando entrei para o muay thai comecei a pegar gosto. O Heggas me botava para competir bastante e comecei a me dar bem nas competições. Eu tinha muita saúde, muito vigor físico, então fui me destacando rápido no cenário do brasileiro e comecei a criar gosto. Até que, com 17 para 18 anos, fui treinar na ‘Team Nogueira’, no Recreio. Fiquei mais apaixonado ainda e estou até hoje nessa batalha”, completou.
Sheymon agora terá pela frente um oponente com características parecidas com as suas. Esta será apenas a segunda luta do nigeriano Yusuff no UFC, mas ele já mostrou o cartão de visitas na estreia em dezembro último, ao nocautear Suman Mokhtarian no primeiro round. A luta contra o brasileiro será a décima em sua carreira profissional, em que ele só saiu derrotado em uma oportunidade. Já Moraes buscará adicionar um novo triunfo ao seu cartel – que atualmente conta com 11 vitórias e duas derrotas -, conforme ele destacou à Ag. Fight.
“Acho que ele vai vir para cima o tempo todo, mas depois de tomar a primeira porrada vai buscar a luta de chão. Aí a gente tem que esperar para ver como a luta vai se desenvolver, mas, se Deus quiser, no final vou sair com meu braço levantado pelo juiz. Ele se expõe quando ele vem para golpear, por botar muita força nos golpes. Posso usar a minha força e minha velocidade a meu favor, além da minha experiência. Tenho um pouco mais de experiência que ele na vida, na luta, porque tenho muitas lutas não só de MMA, como de muay thai, boxe, e acho que posso usar isso a meu favor”, concluiu.