Ex-campeã peso-pena (66 kg) do UFC, Cris ‘Cyborg’ sempre teve uma relação conturbada com a organização. Agora, no fim de um contrato que termina em março, a brasileira tem ainda mais liberdade para dizer o que pensa sobre atitudes da empresa. E, em entrevista coletiva durante o lançamento do documentário ‘Nascidos para o Combate’, na última segunda-feira (11), a lutadora criticou os critérios do Ultimate para decidir quem são os desafiantes aos cinturões de suas 12 categorias masculinas e femininas.
Usando como exemplo as longas sequências de vitórias de Ronaldo ‘Jacaré’, Demian Maia e Ketlen Vieira nos últimos anos, ‘Cyborg’ explicou que nem sempre ganhar lutas é suficiente para ser premiado com uma chance pelo título. De acordo com a ex-campeã, no UFC “é feito o que quiser”.
“Na verdade, no UFC não tem o ranking. A pessoa resolve que você vai lutar com fulano e você luta com fulano. Fulano nunca lutou na categoria e luta pelo cinturão. Ou você ganha o cinturão e se machuca, eles tiram o cinturão. Então, na verdade, você não tem um recorde, não tem um patamar. Não é igual no boxe, que, se você ganhar o cinturão, tem um ano para defendê-lo. (…) É bem difícil você analisar, ali é feito o que quiser, por assim dizer. (…) Todo mundo quer lutar pelo cinturão, mas tem que ter um valor ali. Você está ganhando, luta pelo cinturão. Assim como aconteceu com o ‘Jacaré’, que mereceu lutar pelo cinturão, mas não teve a oportunidade, perdeu antes, depois de várias vitórias consecutivas. Assim como Demian Maia… A Ketlen Vieira está esperando”, falou.
Profissional desde 2005, Cris tem 20 triunfos, duas derrotas e um ‘no contest’ no MMA. Antes de perder o título do Ultimate para Amanda Nunes, em dezembro de 2018, a paranaense defendia 13 anos de invencibilidade, incluindo cinco lutas no UFC.