No fim de novembro de 2024, Conor McGregor sofreu um grande abalo em sua imagem e carreira ao ser declarado culpado na Justiça de praticar agressão sexual contra Nikita Hand, em um caso ocorrido em 2018. Assim que foi condenado pelo veredito do júri do Tribunal de Dublin, na Irlanda, o astro do UFC negou veementemente ter cometido tal prática e prometeu apelar contra a condenação. Quatro meses depois, ‘Notorious’ deu o primeiro passo formal na direção prometida, entrando com um recurso oficial contra o resultado do processo civil, de olho em reverter a derrota judicial sofrida.
De acordo com o site ‘BBC’, McGregor apelou oficialmente contra a condenação sofrida no tribunal irlandês na última sexta-feira (14), data em que apresentou o recurso. Apesar de admitir ter tido relações sexuais com Nikita, considerada a vítima do caso pelo júri, o ex-campeão peso-pena (66 kg) e peso-leve (70 kg) do Ultimate alegou que o envolvimento foi consensual, sem qualquer tipo de imposição física, conforme foi relatado pela então acusadora.
Relembre o caso
O episódio ocorreu no dia 9 de dezembro de 2018. Com contato com McGregor através de seus primos, Nikita enviou uma mensagem para o lutador irlandês durante uma confraternização com colegas de trabalho. Antes de se encontrar com o astro do UFC, a vítima admitiu ter ingerido bebidas alcoólicas e feito uso de cocaína. Mais tarde naquela mesma noite, Conor e o homem identificado como James Lawrence foram até o encontro de Nikita e levaram ela e uma amiga para passear de carro.
Após um tempo no veículo, os envolvidos no caso se encaminharam para o Hotel Beacon, em Dublin (IRL), onde, em uma mansão, foi julgado ter ocorrido de fato a violência sexual. Bastante comovida durante seu testemunho no Tribunal, Nikita Hand relembrou a postura agressiva de McGregor durante o ato.
“Ele estava vindo para cima de mim. Ele começou a tentar me beijar, esfregando meu rosto. Eu sabia o que ele estava procurando. Eu disse: ‘Não, não me sinto confortável, conheço Dee (sua esposa), conheço a família dela’. Eu estava tentando convencê-lo de que não queria nada. Eu não queria fazer sexo e não estava lá para nada disso. Ele simplesmente não aceitava um não como resposta. Ele então me prendeu na cama. Me lembro de colocar os braços contra o peito para mantê-lo o mais longe possível de mim. Ele apenas continuou empurrando seu peso em cima de mim”, relembrou Nikita, em frente ao júri.
Abalo comercial e financeiro
Além da condenação, Conor foi obrigado a pagar uma indenização de 248,6 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão) para Nikita. Posteriormente, o juiz Alexander Owens decidiu que ‘Notorious’ teria que cobrir os custos legais do processo civil movido pela mulher, totalizando uma quantia a ser paga pelo astro do UFC de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6 milhões). Para além do abalo financeiro, McGregor sofreu uma série de boicotes comerciais.
Antes personagem especial da famosa franquia de jogos eletrônicos ‘Hitman’, Conor teve sua imagem retirada do game após sua condenação. Em seguida, a empresa de uísque ‘Proper No. Twelve Irish Whiskey’, fundada pelo próprio em 2018, cortou laços com o lutador. Com uma mancha quase irreversível em seu currículo, McGregor teve, inclusive, sua estátua removida do Museu Nacional de Cera Plus, localizado em Dublin, capital de seu país.
Chance de prisão?
Apesar de ter sido declarado culpado pelo júri no caso de agressão sexual contra Nikita Hand, Conor McGregor não corre risco de ser preso por se tratar de uma acusação civil e não criminal. Sendo assim, o ex-campeão do UFC está livre para voltar a competir. Inclusive, Dana White, presidente da liga, sinalizou que o retorno do atleta ao octógono deve acontecer no final de 2025.