Lutador do UFC desde 2010, Charles ‘do Bronx’ vive o seu melhor momento na organização. Do início do ano passado até agora, o peso-leve (70 kg) emendou cinco vitórias consecutivas, bateu o recorde de finalizações e conseguiu, no último sábado (18), contra Nik Lentz, seu primeiro nocaute em nove temporadas na liga.
Este último feito, inclusive, motivou uma cobrança mais incisiva dentro do octógono por um oponente mais bem ranqueado. O pedido se justifica pelo fato de Charles estar no top-15 — mais precisamente na 15ª posição — e ter vencido cinco atletas de fora da listagem. Com a cabeça tranquila após o último triunfo, o lutador de 29 anos afirmou que não “exigiu” do UFC um adversário melhor, mas apenas pleiteou aquilo que julga ser seu direito.
“Acho que eu mereço entrar no top-10. Eu estou vindo de cinco grandes lutas contra grandes nomes e nenhuma foi para a decisão. Nenhuma. Então, acho que eu mereço lutar contra um cara mais bem ranqueado. Não intimei (o Ultimate), nem nada. Apenas pedi aquilo que é meu direito como lutador: lutar com os caras que são os melhores”, falou, em entrevista exclusiva à Ag. Fight.
Embora evite falar em ‘retribuição’ por parte da liga, ‘Do Bronx’ lembrou que já aceitou lutas com pouquíssimo tempo de preparação, a pedido do UFC. Por isso, pediu que seu próximo oponente tenha um bom desempenho recente, para que uma vitória possa alçá-lo às primeiras posições do ranking.
“Eu entrei no UFC para lutar, não para ficar enrolando. para lutar com os melhores. Isso que eu pedi, isso que eu quero. Teve lutas que eu peguei no UFC com 12 dias, 13 dias, 20 dias. E algumas eu acabei pagando um preço alto pelo fato de ter pegado com pouco tempo, em cima. Outras, graças a Deus, eu consegui vencer. A única coisa que eu queria do UFC era que me dessem a oportunidade de enfrentar um cara ranqueado, vindo de vitória. Para mim, seria perfeito”, disse.
O nocaute contra Nik Lentz reforçou a faceta ‘striker’ de Charles, que tem ficado cada vez mais clara em seus últimos confrontos. Diante de David Teymur, no UFC Fortaleza, ‘Do Bronx’ até levou um knockdown no primeiro round, mas dominou o sueco na trocação ao longo do resto do confronto, que terminou no início do segundo assalto. Segundo o brasileiro, a evolução é fruto de muita dedicação aos treinos, com pouquíssimo tempo de descanso após os combates.
“As últimas cinco lutas mostram isso: minha evolução na parte de trocação, do muay thai. Mostra o quanto a gente está se dedicando. tudo é uma questão de treino e dedicação. Estou treinando e me dedicando, e não é pouco, é muito para isso. A luta contra o David, todo mundo falava que ele ia bater em mim em pé e eu tinha que ir para o jiu-jitsu, e quem viu a luta viu que eu bati nele em pé. Eu tô felizaço. O (treinador Diego) Lima tá me ajudando demais, a Chute Boxe está me ajudando demais”, afirmou.
“Eu estou falando e ninguém está botando fé: eu chego em casa da luta, eu já estou voltando a treinar. Ah, machuquei o pé, beleza, estava mancando. Fiquei uma semana parado, até menos. Consigo pisar, já voltei a treinar”, completou.
‘Do Bronx’ fez sete combates nos últimos dois anos. A alta frequência com que entra no octógono é apontada por ele como um fator crucial em seu desenvolvimento como leve, categoria que adotou após não ter o pedido de voltar aos penas (66 kg) atendido pelo UFC, já que não bateu o peso repetidas vezes. O paulista afirmou que pretende lutar mais duas vezes até o fim de 2019.