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Diego Ribas/PxImages

Entrevistas

Brasileiros revelam planos para caso ganhem prêmio de 1 milhão de dólares do PFL

Nesta quarta-feira (20), o PFL dará início a mais uma temporada com a promessa de grandes disputas e, é claro, uma briga ferrenha pelo título nas seis categorias em disputa e, consequentemente, o prêmio de 1 milhão de dólares distribuído aos campeões ao final do torneio anual. O robusto bônus é, sem dúvida, um dos principais objetos de desejo dos competidores, mas cada um possui destinos diferentes para a sua utilização.

Por isso, a Ag Fight ouviu alguns dos principais representantes do Brasil nesta temporada do PFL – que estarão presentes no evento de estreia em 2022, nesta quarta-feira, em Dallas (EUA) – para descobrir o que eles fariam com a polpuda recompensa financeira, ou, no caso dos que já conquistaram o título da liga, qual foi o destino escolhido por eles para o prêmio de 1 milhão de dólares. E, no geral, as respostas dos lutadores podem surpreender os fãs.

Vencedores dos três últimos torneios do peso-leve do PFL, Natan Schulte (2018 e 2019) e Raush Manfio (2021) revelaram que os pedidos de ‘empréstimo’ aumentaram após embolsarem as milionárias quantias, mas trataram com leveza o tema.

“É o que mais aparece (gente pedindo dinheiro após ganhar o prêmio de 1 milhão de dólares). Às vezes é até melhor dar o dinheiro do que emprestar (risos)”, brincou Raush, que estreia na temporada 2022 nesta quarta-feira, contra Don Madge.

“Aparece muita gente. Eu já tinha até comentado com o Raush, um pouco antes da luta dele, que é um negócio meio chato. Não chato, mas muita gente aparece meio que sem noção”, confirmou Natan, que pega Olivier Aubin-Mercier na abertura da temporada 2022 do PFL, também no evento desta quarta-feira.

Os companheiros de equipe na ‘American Top Team’ também contaram que se deram ao luxo de gastar parte do dinheiro com alguns presentes para si próprios, mas ressaltaram que procuraram a cabeça no lugar na hora de investir seus prêmios.

“Não é loucura, mas eu comprei um carro que eu queria. Um Genesis G70, carro da Kia, um carro irado. Mandei colocar lacre nele, todo customizado, com ‘Cavalo de Guerra’. Não (paguei à vista). (Foi) Parcelado. Aqui os juros são bem baixinhos (risos). O cara fica rico, mas não desperdiça dinheiro. Acho que a única coisa legal que eu comprei foi o carro. De resto, dinheiro investido e cabeça no lugar”, contou Raush.

“Eu também não tive nada de: ‘Ah, vou comprar uma coisa muito cara’. Mas eu lembro que logo depois da luta, eu estava passeando e – eu gosto de bonecos de ação, tipo esses funko pop, esses action figures – me lembro que eu gastei acho que 600 dólares em uma loja. Foi o que eu mais gastei. Eu saí com uns 100 bonecos de lá”, recordou Schulte.

Outro atleta brasileiro que também já teve a oportunidade de adicionar 1 milhão de dólares à sua conta bancária foi Antônio ‘Cara de Sapato’, campeão dos meio-pesados (93 kg) na temporada 2021 do PFL. O ex-lutador do UFC contou à reportagem da Ag Fight que investiu parte de seu prêmio na própria carreira, através de viagens para fazer novos camps de treinamento e se preparar para repetir o título em 2022.

“Não tenho muitos planos ainda (para o prêmio desse ano). Estou planejando investir em mim mesmo. Acho que fazer os camps que eu tenho feito. Eu gastei dinheiro fazendo isso. Fui para a Tailândia, fui para Salvador treinar com o professor Dórea. Eu tentei mudar um pouco o ambiente, fazer outras coisas que eu não vinha fazendo, melhorar em outros aspectos do meu jogo que eu sentia que precisava melhorar. Então, eu investi em mim mesmo”, revelou ‘Cara de Sapato’.

Além disso, o paraibano – que estrará na nova temporada do PFL contra o conterrâneo Delan Monte – usou parte do dinheiro para visitar sua família, que, de acordo com ele, está espalhada por diversas partes do Brasil, e para se presentear com um novo relógio, um dos assessórios que mais lhe agradam.

“Não teve muita extravagância (risos). Eu já tenho um carro legal, tenho uma casa bacana aqui nos Estados Unidos, tenho uma vida boa, graças a Deus. Comprei um relógio, que eu gosto para caramba. Então, eu comprei um relógio novo para mim e fiz as viagens. Acho que o que eu mais gastei foi realmente com viagem. Fui para o Brasil e tentei visitar todo mundo, porque minha família é dividida, eu tenho família em todo canto. No Rio, São Paulo, João Pessoa, Salvador. Fui em todo canto no ano passado e fui para a Tailândia agora no começo do ano. Então, o dinheiro eu gastei com viagens e comigo nesses camps”, contou.

Adversário de ‘Cara de Sapato’ no primeiro evento do PFL no ano, Delan Monte fará sua estreia pela organização e, portanto, é o único da lista que ainda não teve a oportunidade de levar para casa 1 milhão de dólares. E, surpreendentemente, a jovem promessa do MMA nacional não parece muito focado na premiação financeira do torneio.

Questionado sobre seus planos para a bolada caso seja o vencedor da temporada entre os meio-pesados, Delan minimizou a importância do alto valor do prêmio e afirmou que o título e a consagração como lutador são objetivos mais importantes para ele neste momento. Apesar disso, o lutador reconheceu que a quantia milionária ajudaria a mudar sua vida e de sua família.

“Eu não penso no dinheiro, penso mais na glória. A glória de ser campeão do PFL. O dinheiro vai ser uma consequência que vai vir com o tempo. Se não valesse um milhão, para mim, pouco importava. O que importa é eu estar aqui, estar vivendo isso, estar vivendo esse clima maravilhoso, fazer uma luta com meu conterrâneo ‘Cara de Sapato’. Isso é o que importa para mim. O dinheiro para nós que somos guerreiros é uma coisa besta. Vale? Claro. Quero mudar minha vida, a vida da minha família, mas o que importa primeiro é a glória”, cravou Delan Monte.

O PFL dá o pontapé inicial na temporada 2022 nesta quarta-feira, em evento sediado na cidade de Dallas, no Texas (EUA), com disputas válidas pelos torneios peso-leve e peso-meio-pesado. No segundo show da organização no ano, marcado para o dia 28 de abril, será a vez dos pesos-pesados e pesos-penas (66 kg). E na terceira edição, que acontecerá no dia 6 de maio, quem entrará em ação serão os meio-médios (77 kg) e as competidoras do peso-leve feminino.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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