No início do mês, a notícia da lesão de Vitor Belfort e sua saída da revanche no boxe contra Wanderlei Silva caiu como uma bomba entre os fãs dos esportes de combate. Semanas após o anúncio, o veterano compareceu, na última quinta-feira (25), na coletiva de imprensa promovida pela ‘Spaten Fight Night 2’, em São Paulo, para, dentre outros assuntos, esclarecer o que havia acontecido em detalhes. De capacete fino até uma semana hospitalizado, o ‘Fenômeno’ abriu o jogo sobre como foi enfrentar as dores de, na verdade, duas concussões sofridas.
Sem poupar detalhes, Vitor ressaltou que o primeiro trauma veio logo em seu primeiro ‘sparring’ do camp de preparação. Com dois atletas consideravelmente mais jovens contratados para ajudá-lo nos treinos, o veterano acabou sofrendo golpes mais duros que os habituais nesse tipo de atividade. Foi daí que veio a primeira concussão que, segundo o próprio Belfort, não trouxe sinais que despertassem qualquer alerta ou tipo de preocupação maior.
“Tem um capacete que não recomendo para ninguém agora. Um capacete fino, horrível. O Henry Cejudo mandou para mim. Era meu primeiro ‘sparring’ do camp. Contratei dois lutadores jovens, com seus 20 e poucos anos, duros. Aí para ser justo, porque tenho 48 anos, fiz um round com um e um round com outro. Então não conseguia cansar nenhum deles, que estavam frescos o tempo inteiro. E tem lutador que vai (firme), eles queriam ganhar meu respeito, queriam mostrar (serviço). Aí tomei dois golpes. Quando você cai no chão, é fácil. O problema é quando você sustenta, tem boa recepção. É como se tivessem tirando uma foto: ‘Plim!’ A concussão é como se fosse uma foto. Recebi essa concussão durante o treino, fiz os oito rounds”, relatou Vitor.
Uma semana hospitalizado
Até por não sentir sintomas de concussão severa no primeiro trauma, Belfort manteve a sensação em segredo e seguiu a rotina de treinos normalmente. Um outro golpe duro, entretanto, tornou a situação bem mais delicada para o ‘Fenômeno’. Com uma dor “insuportável”, como o próprio classificou, Vitor precisou ficar hospitalizado durante sete dias para realizar uma bateria de exames que concluíram a gravidade da situação: uma concussão de grau 3 – laudo que posteriormente o vetou de competir contra Wanderlei Silva no próximo sábado.
“Acabou e não senti dor de cabeça. Sabia que tinha sofrido concussão, mas pensei: ‘Vou ficar quieto e não falar para ninguém’. Porque não acreditei que logo no meu primeiro sparring tinha acontecido aquilo. Aí voltei no dia seguinte treinando, mesma coisa, até fazer o segundo sparring. E foi a mesma coisa, sofri a segunda concussão. É uma dor insuportável. Saí de lá, fui para a casa. De noite fui para o hospital. Fiquei sete dias no hospital fazendo vários exames. É uma coisa muito séria. A concussão é silenciosa e tem muitas sequelas”, concluiu Belfort.
Desdobramentos
Sem Vitor na equação, a produção do evento precisou agir rapidamente para achar um substituto à altura. E o eleito foi Acelino ‘Popó’ Freitas. E como não poderia deixar de ser, tanto o tetracampeão mundial de boxe quanto Wanderlei detonaram Belfort, o acusando de “pipoqueiro” e “fujão” durante a promoção da nova luta principal do show. Segundo a Spaten Fight Night, a aguardada revanche entre o ‘Cachorro Louco’ e o ‘Fenômeno’ será remarcada para 2026.
*A reportagem da Ag Fight está viajando a convite de Spaten.
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