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‘Bate-Estaca’ diz que sua vitória “tirou a alma” de Gadelha: “Nunca mais foi a mesma”

Jéssica ‘Bate-Estaca’ aguarda pelos planos do UFC para voltar à ativa – Diego Ribas

A rivalidade entre Jéssica ‘Bate-Estaca’ e Cláudia Gadelha segue intacta, ao que parece. Em um bate-papo ao vivo promovido com o canal ‘Olhar na Luta’ em sua conta oficial no ‘Instagram’, a ex-campeã peso-palha (52 kg) do UFC analisou a polêmica vitória da compatriota sobre Angela Hill na edição realizada no último sábado (16), e aproveitou para cutucar a rival.

Apesar de ressaltar que torce pelo sucesso dos brasileiros no octógono mais famoso do planeta, Jéssica revelou que em sua pontuação a americana teria vencido claramente Gadelha. A ex-campeã ainda questionou o fato da compatriota não ter admitido que os juízes erraram ao apontá-la como vencedora, e afirmou que esta seria sua postura em uma situação parecida.

“Eu acho que foi o evento mais estranho que eu já vi na minha vida. Quem perdia tava ganhando e quem ganhava tava perdendo, foi tudo meio trocado. Quando eu assisti a luta da Cláudia com a Angela Hill foi nítido que a Angela venceu. (…) Mas eu já estava pensando: ‘Do jeito que esse evento está, é capaz de darem a vitória para a Cláudia’. E não foi que deram a vitória para a Cláudia? Super injusto com a Angela Hill porque ela vinha em uma sequência muito boa”, comentou ‘Bate-Estaca’, antes de completar.

“Não que eu não torça pelos brasileiros, fiquei feliz da Cláudia ter ganhado. Mas ganhar dessa forma, quando é nítido que você perdeu, é muito ruim. É muito triste quando você ganha dessa forma. Eu prefiro chegar lá e falar: ‘Eu acho que eu não ganhei, mas me deram a vitória. Fazer o que? Alguém enxergou que eu venci, mas na minha contagem eu não venci’. Eu teria feito isso, mas estamos falando da Cláudia Gadelha. Acho que deram um braço para ela, para ver se ela se recupera e volta melhor”, ironizou.

A performance abaixo do esperado de Gadelha na vitória por decisão dividida sobre Angela Hill abre espaço para questionamentos sobre uma possível queda de desempenho recente. E, segundo ‘Bate-Estaca’, a forma como ela derrotou a rival no duelo entre as duas, em setembro de 2017, foi o gatilho para a perda de confiança da compatriota.

“Vou te falar que eu acho que tirei (a alma dela). Ela nunca mais foi a mesma. Ela tinha uma autoconfiança dentro dela de que ela era muito forte, que ninguém batia nela. (…) Quando eu lutei com ela, ela ficou muito impressionada. Ela não acreditava que ia acontecer o que aconteceu, de eu jogar ela de tudo quanto é jeito, fazer o que eu queria. (…) Porque quando ela saiu da equipe dela, ela meio que perdeu a essência dela, teve que reaprender tudo de novo. Quando você começa com novos treinadores, essas pessoas não vão focar no que é o seu forte, eles vão falar: ‘Acho que você tem que melhorar nisso, naquilo’. Acho que foi isso que aconteceu com a Cláudia, ela pode ter melhorado na trocação, mas o gás dela acabou, chega na metade do primeiro round e ela já está muito cansada. Do segundo round em diante, então, a mulher morre de vez”, explicou Jéssica, antes de continuar.

“E foi onde eu falei (na nossa luta): ‘Agora é a minha vez, vou mostrar para você que eu tenho gás, que eu tenho energia’. E quando acabou a luta ela falou para os repórteres: ‘Eu nunca lutei com uma mulher tão forte na minha vida, a Jéssica tem a força de um homem da categoria até 60 kg’. Ela chegou até a falar que eu tinha que trocar de categoria porque eu era muito forte. E foi onde eu vi que eu acabei desestruturando ela, ela não queria mais lutar, queria que eu saísse da organização, toda luta que eu fazia ela metia a boca em mim. Típico daquela pessoa que não quer te enfrentar nunca mais na vida”, concluiu.

Sem competir desde que perdeu o cinturão peso-palha para Zhang Weili, no UFC China, em agosto do ano passado, Jéssica ‘Bate-Estaca’ aguarda a definição de seu próximo compromisso. De acordo com a ex-campeã, uma revanche contra Cláudia Gadelha foi oferecida a ambas pelo Ultimate, mas a rival recusou o combate.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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