Jéssica ‘Bate-Estaca’ não perdeu tempo: logo depois de vencer Rose Namajunas no UFC 237 e garantir o título peso-palha (52 kg), a brasileira não se furtou a comentar e analisar o casamento de estilos com as favoritas a ganhar o status de desafiante em sua primeira defesa de cinturão. Durante a entrevista coletiva pós-evento, ela avaliou as chances de Tatiana Suarez, Joanna Jedrzejczyk e da própria Rose, no caso de uma revanche direta.
Primeiro, a paranaense falou dos aspectos do jogo que precisa melhorar caso enfrente ‘Thug’ novamente. Isso porque, no primeiro round do confronto, Jéssica teve muita dificuldade de lidar com a movimentação da adversária – que, como havia feito Jedrzejczyk em 2017, driblou os constantes avanços da brasileira. Ela mostrou autocrítica e ressaltou que precisa continuar evoluindo no jogo de pernas.
“Com certeza o UFC vai querer dar revanche pra ela, e eu aceito, porque para você provar que ganhou, tem que fazer duas vezes a mesma coisa. Eu vou estar mais preparada. Ela estava com a mão mais rápida, mas a estratégia era cansar ela no primeiro round e do segundo em diante… Eu já tinha notado que ela estava com o braço mais lento, eu já estava conseguindo esquivar mais e ela aceita todos os chutes. Eu já tava conseguindo esquivar mais e na queda, então, parecia que ela era uma peninha”, afirmou a brasileira.
Foi justamente uma queda que definiu o combate. No segundo round, depois de conseguir aproximar com sucesso e vencer a envergadura da oponente, Jéssica levantou Rose no ar e a atirou contra o solo. A cena brutal garantiu o nocaute. Mas as transições para o solo podem jogar contra a brasileira também. Seria o caso de um duelo contra Tatiana Suarez, especialista em wrestling que enfrenta Nina Ansaroff no UFC 238, em 8 de junho. Questionada sobre as possíveis dificuldades que encontraria contra Suarez, Nina ou Michelle Waterson, ‘Bate-Estaca’ não hesitou em determinar qual atleta a preocupa mais.
“Acho que a mais perigosa de todas elas é a Tatiana. Ela tem um jogo de chão muito bom, ela é insistente. Mesmo eu tendo o jogo de jiu-jitsu muito bom, ela é uma grappler incrível. Tenho que tomar muito cuidado com isso, trabalhar minha parte de defesa de queda. Trocação eu já entendi que vai ser difícil de alguém me nocautear. Tenho o queixo bem firme. A gente sai toda estourada, rasgada, mas no final dá tudo certo (risos)”, brincou a paranaense.
Joanna também entrou na avaliação de Jéssica. Foi contra a polonesa que ela disputou pela primeira vez o cinturão, dois anos atrás, mas Jedrzejczyk a derrotou em uma decisão unânime após cinco rounds de muita luta em pé. A brasileira minimizou uma postagem feita pela ex-campeã depois da conquista do cinturão por ‘Bate-Estaca’, no qual ironiza o fato de já tê-la vencido.
“Eu já sabia que a Joanna iria fazer isso, é de praxe dela fazer essas coisas. Mas eu mostrei que o que ela disse que era uma ilusão virou realidade. E a Jéssica que lutou com ela dois anos atrás não é mais a mesma Jéssica. Eu estou bem mais forte, tanto nas quedas quanto na trocação. Não vai ser fácil para ela. Eu vou investir muito em um camp de muay thai, para melhorar essa movimentação, essa questão de sair, cortar bem o octógono… Aí eu acredito que não vai ter muita chance de ela receber esse cinturão de volta”, finalizou.