Há uma semana, Ramon Taveras passou por um dos momentos mais delicados de sua vida, conforme o próprio revelou. Ao deixar a casa de sua mãe, em Jacksonville, na Flórida (EUA), o lutador do UFC se tornou alvo de um ataque criminoso. Enquanto se encaminhava até seu carro, o peso-galo (61 kg) americano foi alvejado por inúmeros tiros vindos de um grupo de homens (veja abaixo ou clique aqui).
O incidente foi explicado por ‘The Savage’, como é conhecido, através de suas redes sociais. Em um depoimento longo, o lutador criticou a falta de controle da violência pela Polícia Local. Ramon Tavertas relembrou, inclusive, que seu irmão foi morto em 2019 através de um crime da mesma natureza. Com uma arma de fogo em seu porte, o atleta americano conseguiu buscar abrigo atrás do próprio veículo e abrir fogo contra os criminosos.
“É uma pena que eu tenha que fazer um post como esse, mas não posso deixar isso ser varrido para debaixo do tapete. Na segunda, dia 29 de julho, às 22h05, um grupo de homens armados se dirigiu até a mim na casa da minha mãe e tentaram tirar a minha vida. Pela graça de Deus, consegui sair dessa sem ferimentos e fui capaz de pegar a minha própria arma e abrir fogo em legítima defesa. Essa cidade é implacável e o pior de tudo é que a ‘JSO’ (Polícia Local) não faz nada para corrigir o problema. Eu perdi meu irmão em 2019 devido à violência armada e os seus assassinos ainda não foram capturados. Agora estive quase na mesma situação. Sou abençoado e feliz por estar vivo”, destacou o peso-galo (61 kg).
Histórico no MMA profissional
Aos 30 anos de idade, Taveras estreou profissionalmente no MMA em 2019. De lá para cá, o americano já acumula dez vitórias e apenas duas derrotas em seu cartel oficial. Através do programa ‘Contender Series’, na temporada de 2023, Ramon conseguiu sua tão almejada vaga no Ultimate. A estreia na companhia presidida por Dana White veio no UFC 297, em janeiro de 2024, quando The Savage deu um belo cartão de visitas e desbancou Serhiy Sidney.
Confira abaixo o relato completo do lutador:
“É uma pena que eu tenha que fazer um post como esse, mas não posso deixar isso ser varrido para debaixo do tapete. Na segunda, dia 29 de julho, às 22h05, um grupo de homens armados dirigiu até a mim na casa da minha mãe e tentaram tirar a minha vida. Pela graça de Deus, consegui sair dessa sem ferimentos e fui capaz de pegar a minha própria arma e abrir fogo em legítima defesa. Essa cidade é implacável e o pior de tudo é que a ‘JSO’ (Polícia Local) não faz nada para corrigir o problema. Eu perdi meu irmão em 2019 devido à violência armada e os seus assassinos ainda não foram capturados. Agora estive quase na mesma situação. A JSO fez o mínimo pelo meu irmão e agora está fazendo o mesmo por mim. Eles presumiram que eu fui alvo de violência de gangues ou de um problema que eu mesmo causei. Eu não incomodo ninguém, fico na minha, foco na minha carreira e minha família. Mesmo após explicar tudo isso, eles continuaram insinuando que eu estava envolvido em algo que trouxe esse resultado para mim. Ninguém é perfeito e todo mundo tem um passado. No entanto, eu mudei bastante quem eu era há dez anos. É alarmante que um incidente como esse ocorra do nada. Isso me faz ver minha vida e família por lentes totalmente diferentes. Isso é uma realidade diária na minha cidade. Eu não fui o primeiro e nem serei o último. Estou cansado de me manter em silêncio sobre o caso do meu irmão, e me recuso a deixar esse incidente passar. Muitas outras famílias na minha cidade passaram por situações similares, chorando por justiça, assim como a minha. Minha família se sente insegura e eu temo pelos meus filhos, que quase perderam o pai, a pessoa batalhando para mudar a vida deles. É trágico que eu tenha tanto amor pela minha cidade, mas que me veja obrigado a deixá-la. Vou usar essa situação para me manifestar contra a ineficácia da JSO e seu desrespeito com as partes menos afortunadas da cidade. Eles parecem indiferentes ao fato de vidas estarem sendo perdidas ou em risco. Estou cansado disso. Isso poderia ser um post ‘in memorian’. Poderia ter perdido a vida como meu irmão, ou alguém poderia perder a vida na tentativa de tirar a minha. Estou farto de me manter em silêncio. Peço o apoio de vocês para espalharmos essa mensagem o mais longe que conseguirmos. Sou abençoado e feliz por estar vivo, mas estou deixando Duval”, lamentou Ramon.