Rafael dos Anjos chegou próximo de conquistar o segundo cinturão do UFC, em 2018, mas sucumbiu por decisão diante de Colby Covington e ficou sem o título interino dos meio-médios (77 kg). No fim do ano, outro páreo duro: Kamaru Usman, hoje campeão, dominou o brasileiro. A dificuldade diante de dois wrestlers gerou estranheza quando o Ultimate anunciou que ‘RDA’ enfrentaria Kevin Lee, outro atleta que tem origem na modalidade. O lutador fluminense, porém, enxerga uma situação bem diferente para seu confronto no UFC Rochester, neste sábado (18).
De acordo com Rafael, a possibilidade de ter o jogo mapeado não é um problema contra Lee. O brasileiro diz acreditar em um desfecho diferente em relação aos seus últimos compromissos por julgar que ‘The Motown Phenom’ – que estreia nos meio médios depois de ter dificuldades para bater o peso dos leves (70 kg) – não terá a vantagem de ser maior que ele.
“O Kevin Lee está subindo de peso. acho que ele não vai ter o tamanho do Usman e do Colby. Não vai ter a vantagem de ser maior, de ser o cara maior na luta. E é uma luta de cinco rounds. Fazer aquele jogo cansa. Sou um cara que tenho recursos também, no chão, em pé e de wrestling. Com Colby, indo para o quinto round, a luta estava parelha. Estava com a minha orelha ferrada, a orelha praticamente caindo, ele é um bom wrestler e eu consegui derrubá-lo. O botei de costas no chão duas vezes. O pessoal fala: ‘Ah, mais um wrestler…’, mas eu botei o cara pra baixo também, pô, botei ele de costas no chão. E a minha orelha atrapalhou muito na luta com o Colby”, disse. Segundo as estatísticas oficiais do Ultimate, as duas quedas de Rafael no assalto final não foram consideradas completas.
“Queda mesmo, ele me deu uma ou duas, porque a maioria do tempo foi agarrado na grade, o cara estava forte e me botando na grade, como o cara (Alexander Volkanovski) fez com o José Aldo. Fez um jogo chato, botou o Aldo na grade, e nos olhos dos juízes não fica muito legal. Já o Usman realmente me derrubou. Ele fez a mesma coisa com o Tyron Woodley, que é um cara grande. Pode acontecer de o Lee me derrubar também, mas tenho recurso, vou também derrubar ele. Ele não vai ser o cara maior na luta, não vai ter essa vantagem de tamanho”, acrescentou. Ainda de acordo com os dados oficiais do Ultimate, Covington executou sete derrubadas com sucesso no duelo.
Segundo Dos Anjos, a capacidade cardiorrespiratória pode exercer uma função importante no duelo. No último compromisso de Lee, contra Al Iaquinta, ‘The Motown Phenom’ se cansou ao longo dos cinco rounds e acabou perdendo por decisão.
“Acho que ele vai começar forte no primeiro e segundo round, e a minha intenção é frustrar ele e ir quebrando a mente dele durante a luta, e ir puxando meu ritmo. Eu já fui em cinco rounds muitas vezes e já tenho a receita. Cinco rounds nunca é fácil, mas meu tanque de gás é maior do que o dele e a minha vontade de ganhar também”, afirmou.
Rafael é ex-campeão dos leves e migrou para os meio-médios depois de passar a ter dificuldades no corte de peso – mesmo motivo que fez Kevin subir de categoria. Os dois, inclusive, advogam pela criação da divisão dos superleves (74,8 kg). No entanto, o presidente do UFC, Dana White, tem se mostrado avesso à ideia.