Credenciado por ter conquistado o título da temporada 2018 do PFL entre os pesos-pesados, Philipe Lins estreou no UFC logo contra o ex-campeão da categoria Andrei Arlovski, no último dia 13 de maio. E, apesar de ter feito frente ao veterano, o potiguar acabou superado por pontos. Nada que abale a confiança do atleta da ‘American Top Team’, que, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, projetou seu futuro no principal evento de MMA do planeta.
Afastado das lutas por mais de um ano antes do duelo com Arlovski, o peso-pesado admitiu que a falta de ritmo pode ter influenciado no decorrer do confronto. Até mesmo para voltar a se manter o mais ativo possível, Philipe já mira um retorno aos octógonos até agosto, quando pretende conquistar sua primeira vitória pela nova organização, já sem a ansiedade da estreia.
“Eu lutei muito bem no primeiro round. No segundo e no terceiro eu diminuí meu ritmo. Acredito que foi circunstância da luta, mas talvez tenha influenciado um pouco esse fato de eu passar um ano e alguns meses sem lutar. Talvez eu tenha perdido um pouco o ritmo de encaixe de golpes. Eu sou um lutador mais agressivo e mais preciso, e nessa luta eu não consegui impor tanto isso”, explicou Philipe Lins, antes de completar.
“Agora é passo a passo. Preciso fazer uma boa vitória na minha próxima luta e depois dessa vitória posso buscar um top 15 ou top 10, com certeza. Estou pronto para isso, tenho confiança nisso. Acredito que na próxima luta eu vou conseguir impor melhor o meu jogo, já passou aquela ansiedade da estreia. E mostrar para todo mundo e para o UFC que eu mereço estar ali, que eu estou pronto para fazer grandes combates”, projetou o potiguar.
Para ter sucesso na categoria mais pesada do Ultimate, Philipe aposta justamente em seu peso abaixo da média dos concorrentes. Mais leve do que os colegas de divisão, o potiguar promete utilizar a vantagem de velocidade sobre eles para chegar ao topo em breve. Além disso, o faixa-preta citou seu jogo de chão, que já lhe garantiu quatro triunfos na carreira, como arma a ser utilizada contra os nocauteadores do peso-pesado.
“Acho que eu tenho que manter a minha velocidade, porque eu sou um dos mais leves da categoria. Eu peso em torno de 109 kg, no máximo. Então, eu tenho que usar essa estratégia, a mesma que eu usei no PFL, que é usar minha velocidade em cima dos caras mais pesados, me movimentar e procurar achar o momento certo de encaixar uma mão ou levar para baixo e finalizar. Esse vai ser o meu diferencial. E a gente vê que os pesos-pesados não levam muito a luta para baixo, não são muito de finalizar, então é uma arma que eu posso usar para galgar meu espaço dentro da categoria”, concluiu.
Aos 34 anos, Philipe Lins teve passagens pelo Bellator e PFL, onde conquistou o título da temporada 2018, antes de assinar com o UFC. O peso-pesado soma 14 vitórias e quatro derrotas em seu cartel no MMA profissional.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.