Após um ano e nove meses, Ketlen Vieira voltará a pisar no octógono. A manauara vai enfrentar Irene Aldana, no dia 14 de dezembro, no UFC 245, em Las Vegas (EUA). Livre de lesões e 100% recuperada da cirurgia que fez no joelho direito, responsável por deixá-la fora por tanto tempo, a peso-galo (61 kg) não escondeu a felicidade de finalmente poder lutar sem restrições. Entretanto, com os pés no chão, ela crê que não terá vida fácil para passar pela mexicana, que vem de quatro triunfos nas suas últimas cinco lutas na organização.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, a atleta da equipe Nova União revelou já iniciou seu camp fazendo o “dever de casa”, garantindo assim saber de todos os perigos que sua próxima adversária pode lhe oferecer. A brasileira, que está invicta na carreira após dez lutas, aponta para Aldana como o grande teste para o seu retorno, justamente pela mexicana, uma especialista na luta em pé, ser dona de estilo oposto ao seu.
“Estou muito feliz em poder voltar a fazer o que eu amo. A Irene Aldana é uma lutadora duríssima, e isso me deixa muito feliz, pois eu gosto de enfrentar sempre as melhores. Com certeza será uma grande guerra, um confronto de estilos”, afirmou a atleta de 28 anos, antes de complementar que espera impor seu jogo de solo no combate.
“Vou trabalhar duro, pois é muito mais difícil derrubar uma trocadora do que uma que gosta da luta agarrada. Quando eu luto e tem uma rival com o mesmo jogo que eu, ambas buscam a luta agarrada, por mais que eu não consiga chegar até ela, ela vem até a mim. Então consigo impor meu jogo. Mas uma lutadora que gosta de trocação é mais difícil, pois vou ter que achar o tempo certo de quedar, já que ela vai querer o jogo oposto ao meu”.
O UFC 245 terá como uma das suas lutas principais o duelo entre Amanda Nunes e Germaine De Randaime, pelo título do peso-galo. Estar no mesmo evento do confronto que vai definir a campeã da divisão é um fator que pode empolgar mais ainda Ketlen. Portanto, questionada se preferia que Amanda Nunes defendesse o cinturão, para então poder enfrentar a compatriota, atualmente considerada a maior de todos os tempos, Vieira desconversou.
“Na minha opinião, ela (Amanda Nunes) é a maior de todo os tempos. Mas eu quero ser campeã, independentemente de quem seja a dona do cinturão”, afirmou brasileira, que possui quatro triunfos seguidos no Ultimate.
Ficar tanto tempo sem competir, logo na sua melhor fase da carreira poderia mexer com o psicológico da brasileira. Mas nada que a fizesse desistir de continuar sua corrida até o cinturão do Ultimate. Finalmente sem restrições e livre de fisioterapia, Ketlen fez questão de agradecer que esteve ao seu lado nos momentos mais delicados.
“Foi muito difícil ficar longe, além de ser meu trabalho, eu amo o que eu faço. Não pensei em largar, apenas pensei em dar um tempo. Essa lesão é bastante comum em lutadores. Graças a Deus tive uma grande equipe médica que me ajudou na minha recuperação e me seguraram o tempo necessário para voltar 100%”, contou.
Invicta na carreira após dez confrontos, Ketlen fez quatro combates no Ultimate, vencendo três por decisão unânime e uma por finalização. A sua última luta aconteceu em março de 2018, quando superou Cat Zingano, no UFC 222.