Amanda Ribas tem planos ambiciosos para o prosseguimento de sua carreira – Carlos Antunes
Em busca de sua quarta vitória consecutiva pelo Ultimate, Amanda Ribas entra novamente no octógono mais famoso do mundo no próximo sábado (11), no card principal do UFC 251, o primeiro realizado na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU). Desta vez, entretanto, a peso-palha (52 kg) terá pela frente – além de Paige VanZant, sua adversária – um novo desafio: sua estreia no peso-mosca (57 kg) na principal organização de MMA do planeta.
Adepta de novidades que não a deixem cair na acomodação, Amanda enxergou na oportunidade de lutar na divisão de cima a chance de se testar e, quem sabe, abrir uma nova porta para o prosseguimento de sua carreira no Ultimate. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a mineira ainda cogitou manter uma rotina ativa de combates nas duas categorias e brigar pelo cinturão de ambas no futuro, seguindo os passos de sua xará baiana, Amanda Nunes.
“É algo que eu penso (seguir ativa em duas categorias). Quando o UFC ofereceu a oportunidade de lutar até 57 kg, eu adorei porque eu acho que a gente não pode se acomodar. E essa é uma oportunidade para eu me testar. Quero ver como eu vou me sair nessa categoria. Quem sabe no futuro eu não copio a Amanda Nunes e viro campeã das duas categorias”, projetou Amanda Ribas.
Mas não só em sua xará, Amanda busca inspiração para a sequência de sua trajetória. Ciente da imensa popularidade de Paige VanZant dentro e fora da comunidade do MMA, a mineira fez questão de remarcar o duelo contra a americana, inicialmente agendado para o UFC Brasília realizado em março deste ano, mas que não se concretizou em razão de uma lesão da rival.
O interesse pelo combate contra Paige passa obviamente pelo aspecto esportivo, mas tem sua principal razão nos milhões de seguidores da popular atleta em suas redes sociais, muitos deles fãs não convencionais do MMA, que conheceram a lutadora por suas participações na mídia comum, como na versão americana da ‘Dança dos Famosos’. De olho em atingir esse público, Amanda visa ampliar seu status ao enfrentar VanZant e, com isso, aproveitar novas oportunidades dentro e fora do esporte, como a própria competição de dança entre celebridades, que no Brasil é transmitida no ‘Domingão do Faustão’, da TV Globo.
“A Paige é uma atleta muito famosa, não só nos Estados Unidos, mas no mundo. E, lutando com ela, eu consigo atingir um público que, com outra adversária, eu não conseguiria. Isso é muito importante para a minha imagem no UFC mesmo. O UFC busca um atleta que venda, que atinja o maior número de pessoas, para que eles possam ganhar dinheiro em cima. Então, eu acho que, atingindo um público que a Paige atinge, vai ser muito bom para mim”, explicou Amanda, antes de comentar sobre as oportunidades que podem surgir após enfrentar VanZant, como a ‘Dança dos Famosos’.
“Eu acho que eu vou ficar meio tortinha (risos). Eu adoro dançar, mas eu acho que não vai ser tão legal igual o dela não (risos). Eu penso nisso, sim. Lógico que de forma diferente, porque eu sou meio tímida, acho que não daria para expor a minha imagem de uma forma tão sexual, nós somos um pouco diferentes nisso. Mas ela foi uma atleta muito sábia, soube aproveitar as oportunidades. Então, se as oportunidades aparecerem, eu vou tentar aproveitar da melhor forma possível”, concluiu a atleta.
Com nove vitórias e apenas uma derrota na carreira, Amanda Ribas tenta manter a invencibilidade no Ultimate, onde, desde sua estreia, em junho do ano passado, conquistou três expressivos triunfos, sobre Emily Whitmire, Mackenzie Dern e Randa Markos, respectivamente. Por sua vez, Paige VanZant tem sofrido com seguidas lesões em seu braço nos últimos tempos, o que fez com que a americana tenha sido presença inconstante no octógono nos últimos tempos. Sua última apresentação foi em janeiro de 2019, quando finalizou Rachael Ostovich, no UFC Brooklyn.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.