No início de 2018, Jéssica ‘Bate-Estaca’ Andrade encarou Tecia Torres em duelo que ficou marcado tanto pelo seu domínio físico sobre a rival como pelo incômodo de ouvir os gritos de apoio da compatriota Amanda Nunes direcionados para sua oponente. Próxima ao octógono, a ‘Leoa’ passou os 15 minutos do confronto passando instruções para a companheira de equipe, o que deixou a paranaense inconformada.
Na época, Jéssica não escondeu a frustração e criticou publicamente Amanda, a quem considerava uma amiga, pela falta de patriotismo na ocasião. Mas quase dois anos depois, o clima parece bem mais ameno e até mesmo propenso para um acerto de contas. Calma, a baiana, campeã dos pesos-galos (61 kg) e dos penas (66 kg) do UFC, afirmou nesta terça-feira (9) que tudo pode ser resolvido com uma conversa.
Durante um encontro com os times de futebol feminino da base do Centro Olímpico, em São Paulo, Amanda conversou com a imprensa, com a presença da reportagem da Ag. Fight, e deixou claro que está disposta a colocar uma pedra sobre o assunto.
“A Jéssica ficou meio triste, mas entendo ela também. Mas é uma questão de uma conversa. Não nos encontramos depois daquilo tudo, mas acho que quando conversarmos isso vai passar. Já passou, na verdade. A gente vai trocar uma ideia”, garantiu a única atleta a ostentar dois cinturões do UFC ao mesmo tempo.
De fato, Tecia e Amanda treinaram juntas por anos na academia America Top Team, situada no estado da Flórida (EUA). Por isso, Amanda reitera que torcer para a americana não era uma questão de opção, uma vez que sua amizade com ela era algo concreto em sua vida.
“Conheço a Tecia faz anos, ela é minha amiga. Quando lutou com a Jéssica… A Tecia é minha amiga. Não ia torcer contra ela. A Jéssica não me entendeu muito bem. A gente tinha relação muito boa, mas não tinha amizade. A gente tinha respeito, nos encontramos várias vezes nos bastidores… Mas com a Tecia o contato é todo dia”, descreveu para encerrar o assunto.
De passagem rápida pelo Brasil – Amanda chegou no país no domingo e retorna para os EUA ainda nesta quarta -, a Leoa, unanimidade no MMA mundial, parece mais calma do que outrora. Após vencer os principais nomes de todos os tempos do octógono, coube a ela se colocar em posição de destaque como uma das representantes do esporte e entender e necessidade de realizar mais trabalhos midiáticos principalmente fora dos períodos de competição.
“Estou feliz com a minha carreira. Isso tudo na minha vida foi algo mais, algo extra que tive que colocar e moldar na minha carreira. Eu só queria ser a melhor lutadora. E eu sou hoje. É importante é a mídia, a gente precisa de vocês. Sim, estou mais aberta a entrevistas e quero retornar mais vezes ao Brasil”, pontuou.
No próximo dia 14 de dezembro, Amanda coloca em jogo seu cinturão dos galos em disputa contra a holandesa Germaine de Randamie, velha conhecida com quem mediu forças em 2013. Na ocasião, a brasileira venceu por nocaute no primeiro assalto, feito que ela já realizou oito vezes no octógono do UFC.