Brasileiro lutaria em um dos três eventos cancelados pelo Ultimate – Leandro Bernardes
A menos de um mês para o próximo confronto, as expectativas estão altas para a sua terceira atuação no Ultimate e você vai normalmente ao treino. Ao voltar, você abre seu Instagram e vê uma notícia de um site de MMA americano. Nessa postagem, você descobre que não apenas o seu, mas todos os combates dos próximos três eventos do UFC foram cancelados. Mais tarde, um representante da própria organização lhe contata e reafirma o óbvio: a luta não vai mais acontecer para prevenção do novo coronavírus. Na última terça-feira (17), foi assim o dia do catarinense Alex ‘Leko’, que competiria no próximo 11 de abril, originalmente na cidade de Portland (EUA).
Somado ao cancelamento, o peso-leve (70 kg) também não teve retorno do Ultimate sobre a remarcação da luta contra o canadense Tristan Connelly ou sobre um possível ressarcimento. Sem patrocínio, sem auxílio financeiro e sem respostas, Leko estaria no direito de manifestar todo o seu descontentamento. No entanto, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o brasileiro se mostrou positivo com a situação e com o seu possível crescimento dentro do UFC.
“Claro, seria bom se eu tivesse um retorno (financeiro) e gastei com algumas coisas. Então, seria bom, mas, se não tiver, bola para frente, vida que segue. É assim que eu tento pensar para não me frustrar”, destacou o lutador. “Como o UFC sempre exige muitos exames para fazer, gastei com exames, com consultas, suplementação adequada, tudo, treinadores… O custo básico para se apresentar bem num evento desses. Então teve alguns prejuízos”.
O brasileiro também parece confiante com um possível fim da quarentena ainda na próxima semana e, assim, com o retorno aos treinos. Enquanto isso, ele se mantém ativo e segue com o treinamento em casa. Porém, o quadro do COVID-19 a cada dia se torna mais preocupante no Brasil e no mundo, uma vez que já foram registrados mais de 414 mil casos – o que pode atrasar ainda mais os planos de Leko.
Apesar do pensamento positivo, o atleta não mostrou crer apenas em uma possível boa ação do UFC ao cancelar as lutas. No último dia 16, após as restrições de diversas organizações esportivas e do presidente dos EUA Donald Trump sobre competições e aglomerações, Dana White cancelou os três eventos previstos para os dias 21 e 28 de março e 11 de abril.
“Na verdade, o UFC não ia cancelar nada, não é?”, explicou o brasileiro. “Mas o que pegou foi a comissão que cancelou todos os eventos em Las Vegas de luta. Na realidade, o UFC não ia cancelar se não fosse a Comissão (Atlética) de Nevada ter proibido. Mas, cara, saúde em primeiro lugar. Eles acharam que não vale a pena fazer, então está tudo certo. Saúde em primeiro lugar”, completou.
Enquanto o futuro dos lutadores segue incerto, Leko não desistiu do oponente que enfrentaria em abril nem de ter o seu “espaço” garantido dentro do UFC. O peso-leve está na organização há menos de um ano, com uma vitória e uma derrota, e espera conseguir lutar pelo menos duas vezes em 2020.
“Minha expectativa para luta seria a melhor possível porque eu estava esperando muito essa luta”, ressaltou Leko. “Acredito que a gente ia fazer uma boa luta porque o jogo do cara que eu ia lutar, que é o Tristan Connelly, é um jogo totalmente para frente. Então, ia ser uma luta emocionante. Espero que eles possam remarcar isso o mais breve possível”.
“Estou há pouco tempo na empresa. Não tenho que apressar nada, tenho que comer pelas beiradas. Ainda mais que a categoria que eu luto é a mais populosa do UFC, então, qualquer vacilo você é cortado. Então, o momento agora é paciência. É dar um passo de cada vez e esperar a oportunidade certa”, completou.
A estreia de Leko no Ultimate foi em abril de 2019. Apesar da derrota em sua primeira luta, contra o russo Alexander Yakovlev, quando foi finalizado no segundo round, seu retorno aos octógonos foi marcado por uma vitória. Em agosto do último ano, ele venceu o mexicano Rodrigo Vargas por decisão unânime dos jurados.