A notícia de que José Aldo foi retirado do card do UFC programado para o dia 9 de maio aumentou a lista dos cerca de dez atletas brasileiros que terão que ser realocados nas próximas edições do show. Isso porque, assim como o ex-campeão dos pesos-penas (66 kg), nomes como Maurício ‘Shogun’, Rogério ‘Minotouro’, Bethe Correia, entre outros, devem sofrer com a interrupação dos serviços das embaixadas americanas.
A lógica é simples. Desde que o governo americano deixou de emitir vistos, qualquer atleta de outra nacionalidade ficou em situação de risco, uma vez que, mesmo quem já tenha o visto precisa do selo de autorização de entrada no país – este, por sua vez, é liberado de forma única e individual a cada passagem do atleta pela fronteira. Desta forma, a lista dos competidores que foram afetados é grande e impacta quatro shows diretamente.
No dia 25 de abril, no evento originalmente marcado para a cidade de Lincoln, no estado de Nebraska – e que deve ser transferido para a reserva indígena no estado da Califórnia -, Raphael ‘Bebezão’, que enfrentaria Alexander Romanov, e Ariane ‘Sorriso, que mediria forças com Mackenzie Dern, devem deixar o card. Por sua vez, Glover Teixeira e Allan ‘Nuguette’, por já estarem nos EUA, garantem sua permanência no show.
A edição do dia 2 de maio, que estava agendada para a cidade de Oklahoma City, impacta diretamente Philipe ‘Monstro’, Marina Rodriguez e Vanessa Melo que, sem o selo de entrada nos EUA, deixarão Andrei Arlovski, Claudia Gadelha e Sarah Alpar momentaneamente sem oponentes. Para este show, Diego Ferreira e Claudia Gadelha seguem à disposição do evento por terem green card e morarem no país.
Tal situação fica ainda pior para os atletas brasileiros que se programavam para entrar no octógono no dia 9 de maio, na cidade de São Paulo. Sem a necessidade de tirarem visto ou garantirem o selo de entrada nos EUA, José Aldo, Maurício ‘Shogun’, Rogério ‘Minotouro’, Bethe Correira, Augusto Sakai, Carlos ‘Boi’ e Ketlen Vieira ficam de mãos atadas e fora dos planos dos UFC até o dia 16 de maio.
Nesta data, o UFC Fight Night 175 contaria com a luta entre as brasileiras Ariane ‘Rainha da Violência’ Lipski e Luana ‘Dread’. No entanto, embora Ariane more em Las Vegas, Luana mora em São Paulo e segue sem a permissão para entrar nos EUA.
Passada esta data, o evento tem três edições seguidas programadas para fora dos EUA: Austrália, Cazaquistão e Canadá. No entanto, ao menos que ocorra melhoras significativas em relação aos números de contaminados e mortos pelo coronavírus, é difícil de imaginar que tais localidades recebam e promovam os combates. Mas é aí que entra em ação a ilha prometida por Dana White.
Caso a compra da região, assim como a construção de sua infraestrutura esteja pronta a partir do dia 6 de junho, data em que a cidade de Perth receberia o show na Austrália, o UFC se tonaria capaz de receber e promover edições em águas internacionais, sem vetos e sanções de países e/ou comissões atléticas. Só o tempo dirá se isso vai funcionar!