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Aldo revela ansiedade para estreia no peso-galo e afirma ser o ‘mais forte’ da divisão
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por
Carlos Antunes
Após ser um dos lutadores mais dominantes da história do peso-pena (66 kg), José Aldo decidiu aceitar o desafio de se apresentar no peso-galo (61 kg) no Ultimate. No dia 14 de dezembro, o brasileiro estreia na categoria contra Marlon Moraes, no UFC 245, em Las Vegas (EUA), e não vê a hora de pisar no octógono. O ex-campeão da franquia demonstrou estar com a confiança em alta nessa nova fase da carreira e já deu um recado para seus próximos rivais.
Durante o media day do UFC da última terça-feira (3), que contou com a presença da reportagem da Ag Fight, o brasileiro destacou que tanto sua força física como o fato de estar acostumado a lutar na categoria de cima podem ajudá-lo a sair em vantagem entre os galos. Empolgado como há tempos não se via, o brasileiro revelou que está se sentindo como um novato no MMA, e não escondeu a ansiedade para mostrar o Aldo ‘raiz’ em ação.
“É difícil ver um peso galo mais forte que eu hoje, sem dúvida. Não existe. Você pode estar mais adaptado, mas mais força física, não tem. Eu me sinto um cavalo ali dentro. Nos galos estou me sentindo muito bem, forte e vocês vão ver no dia 14. Vocês não tem noção. Sempre lutei nos 60 kg no Brasil, só fui para os penas no WEC, porque na época tinha o (Marcos) Loro lá e fui para a de cima, onde fui muito bem. Esse é meu real peso”, disse, emendando.
“Estou muito curioso. Todo dia eu penso que estou tão bem tecnicamente, fisicamente que estou numa ansiedade para que chegue a semana da luta. Quero ver semana que vem como será para cortar o peso. Todo mundo fala que será fácil, porque meu peso está caindo e tive até que mudar um pouco da dieta, porque estava batendo já 67 kg, treinando forte, coisa que fazia na semana da luta (na época do peso-pena) aos trancos e barrancos. Isso me deixa curioso. Estou bem ansioso. Estou fazendo sparring vem, puxando desde o início, terminando inteiro. Saio do treino e vou correr na esteira, coisa de maluco. Estou me vendo como um menino novo com mais experiência”, completou.
Além de Aldo, Frankie Edgar também decidiu ir para o peso-galo. Mas esta migração parece estar incomodando os atletas de origem na categoria. Recentemente, Aljamain Sterling, que é o número dois da listagem oficial da divisão, admitiu que teme uma ‘furada de fila’ destes lutadores por uma disputa de cinturão. Para o brasileiro, a história no UFC pesa para a seu favor neste quesito.
“Respeito todo mundo, sempre com os pés no chão. Mas isso é um fato. Tanto eu, quanto o Edgar, que lutamos na categoria de cima e fomos campeões, quando descemos chegamos como franco-favoritos. Mão é questão de furar fila, é pela história que fizemos no UFC que abre as portas em outras categorias”, contou.
Nos seus principais anos de WEC e UFC, José Aldo ficou 11 anos sem enfrentar brasileiros. Mas recentemente a realidade é outra para o manaura. Em fevereiro deste ano venceu Renato ‘Moicano’, em Fortaleza, e 10 meses depois já vai encarar outro compatriota. Questionado se a organização agora pense em usá-lo como um ‘porteiro’ da nova geração de atletas do país, o ‘Campeão do Povo’ vê de uma outra maneira.
“Não me vejo como porteiro, são caminhos que se cruzam, faz parte. O Marlon e eu queremos o mesmo objetivo que é ser campeão. Ele vem de uma disputa agora e vai ser difícil lutar com o Cejudo, se ele estiver lá ainda. Para mim pode ser uma porta de entrada, porque ele é o número um do ranking. Vejo dessa maneira. Torço para o Brasil ter uma nova safra de grandes atletas, campeões de novo para manter o MMA em alta no Brasil.”, finalizou.
Contando o período em que reinou absoluto no peso-pena tanto no WEC quanto no UFC, José Aldo passou seis anos como o principal atleta da divisão no mundo. Neste tempo, foram nove defesas de cinturão bem sucedidas, sendo sete pelo Ultimate. Desde que perdeu o título pela primeira vez, para o irlandês Conor McGregor em dezembro de 2015, o brasileiro possui apenas três triunfos e o mesmo número de derrotas.